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Google removeu 3,2 bilhões de anúncios de sua rede

14.03.18

Um dos focos das queixas de empresas de mídia quando se trata da briga contra as fake news e dos anunciantes quanto à propagação na web de conteúdos inadequados, o Google apresentou os resultados das medidas que tomou em 2017 contra uma série de violações que afetavam anunciantes, publishers e o usuário. Google e Facebook vêm sendo criticados por grandes marcas e veículos por não combaterem com o afinco necessário a proliferação de sites mal intencionados ou por não impedirem a propagação de conteúdo inapropriado ou  intolerante. Mas a gigante de Mountain View procura demonstrar com a divulgação de seu relatório de políticas de segurança que esforço não lhe falta. Ao todo, foram excluídos mais de 3,2 bilhões de anúncios de sua rede de publicidade, o que envolve também peças veiculadas no YouTube. Isso representa a retirada de 100 anúncios por segundo.

Em 2016, o número de anúncios excluídos foi de 1,7 bilhão, de acordo com o relatório divulgado em 2017. “Houve um crescimento considerável em relação ao ano anterior”, diz o engenheiro Roberto Gutierrez, diretor de políticas de segurança do Google para a América Latina. A própria repercussão das fake news, junto com a cobrança dos anunciantes para um controle maior de veiculação para evitar sites inadequados ou enganosos, contribuiu para o estabelecimento de novas políticas.

Sem dúvida prestamos atenção a isso. Houve uma preocupação maior em saber como atuar. A decisão sobre o que é verdade ou não é complexa. Não temos como precisar. Mas trabalhamos com afinco no ano passado em políticas que identificassem sites com conteúdo falso ou enganoso”, revela Gutierrez. Outra política em que se concentraram bastante – porém que já existia antes – foi o que chamam de scraping (raspagem de texto). Isso significa copiar e duplicar conteúdo de outros sites, sem autorização. No ano passado, o Google bloqueou mais de 12 mil sites que fizeram isso. Em 2016, foram 10 mil.

O relatório da equipe global de políticas de segurança (Trust & Safety), que é elaborado há cerca de cinco anos, incluiu 28 políticas para anunciantes e 20 para publishers no ano passado. As regras são atualizadas constantemente e algumas são criadas com o objetivo de tornar o ecossistema da internet mais equilibrado.

Dentre os 3,2 bilhões de anúncios excluídos, os mais comuns foram os que de atividade maliciosa.  Foram removidos mais de 130 milhões desse tipo. E foram bloqueados 79 milhões de anúncios na rede do Google que tinham como intenção “enviar automaticamente pessoas para sites carregados de malware”.

Outros dados do relatório do Google são:

- foram removidos 320 mil publishers maliciosos da rede de anúncios (em 2016 foram 100 mil);

- foram bloqueados quase 90 mil sites e 700 mil aplicativos mobile por violações de políticas;

- após expansão de políticas em abril para cobrir formas de discriminação e intolerância (que chamam de conteúdo perigoso e depreciativo), o Google removeu anúncios de 8,7 mil páginas;

- em relação ao “conteúdo enganoso”, o Google revisou mais de 11 mil sites por potencialmente violar a política criada contra falso conteúdo. Deles, foram bloqueados mais de 650 e banidos 90 publishers da ad networks.

Fomos mais precisos em definir as formas de discriminação e intolerância. Quando a gente fala de políticas de uso, a gente quer liberdade de expressão, mas também quer respeitar quem fazer parte do ecossistema”, explica Gutierrez. As medidas, segundo ele, atendem os interesses dos anunciantes, que têm preocupação em querem ver respeitados seus valores e estar ao lado de sites alinhados com seus princípios, e dos publishers, que, desse modo, se sentem incentivados a produzir bom conteúdo.

Gutierrez lembra que, fora os ajustes de políticas de segurança, o Google passou a dar mais controle para as marcas no ano passado para que confiram se os conteúdos no YouTube, por exemplo, são inapropriados ou se não estão associados a seus valores. “Sofisticamos esses controles. Já existiam algumas ferramentas, mas melhoramos o processo como um todo. Alguns anunciantes não sabiam dessas medidas antes”.

 

Lena Castellón

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