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Cannes Lions 2016

O que pensam os jurados (Mateus de Paula Santos)

04.05.16

O Clubeonline apresenta um bate-bola sucinto e objetivo com todos os jurados que irão representar o Brasil no Cannes Lions, este ano.

Acompanhe abaixo o que tem a dizer Mateus de Paula Santos, sócio e diretor na Vetor Zero/Lobo e jurado de Film Craft.

1. Nome, cargo e há quantos anos comparece ao Cannes Lions.
Mateus de Paula Santos, sócio e diretor na Vetor Zero/Lobo. Fui pela primeira vez em 2005, e só deixei de ir uma vez desde então.

2. É sua primeira vez como jurado neste Festival? Qual a importância deste convite?
Sim, é a primeira vez. Para mim é muito importante tanto pelo reconhecimento do mercado quanto por ser o único grande festival que nunca julguei.

3. Como você está se preparando para o julgamento?
Parte do meu trabalho como diretor é saber o que de melhor está sendo feito em craft por aí. Aqui na produtora tem muita gente ligada que está sempre chamando minha atenção para filmes bacanas. Estive também no festival do D&AD este ano, onde vi várias coisas que tendem a ir bem em Cannes. Mas acho que é isso, me preparo fazendo o mesmo que faria se não estivesse no júri.

4. Já viu trabalhos, nacionais ou internacionais, na sua categoria ou em outras, nos quais aposta?
O filme de Honda de dobraduras e animação em papel é muito bom, o de Finish mostrando uma quantidade cada vez maior de louça pra lavar também chamou minha atenção. Do Brasil ainda não vi muita coisa, mas estão começando a me procurar para mostrar.

5. De modo geral, quais suas expectativas em relação ao desempenho do Brasil, este ano, no Festival?
Acho que as grandes agências devem ter segurado um pouco o investimento em outros festivais para poder manter o mesmo nível de investimento em Cannes. Se essa premissa estiver correta, imagino que o desempenho do Brasil seja similar ao de anos anteriores, ou seja, muito bom.

6. O Cannes Lions virou um grande Festival, com mais categorias a cada ano e no qual as agências brasileiras investem um grande montante de dinheiro, não só em inscrições, mas também no envio de suas equipes. Você mudaria alguma coisa no Festival, se pudesse?
Acho que o festival corre um grande risco de se diluir na tentativa de abraçar mais e mais interesses. Não podemos esquecer que o Cannes Lions tem fins lucrativos, então é compreensível que aparecem mais e mais categorias, mas a maior parte dos eventos continua acontecendo no mesmo espaço de tempo, na mesma semana, então acabam surgindo problemas como a super lotação de palestras ou falta de espaço pra eventos mais relevantes, uma vez que o mesmo espaço do Palais tem que abrigar uma infinidade de assuntos. Não sei o que fazer para resolver isso, mas eu tentaria parar por aqui, ou retirar categorias menos pertinentes à medida que novas forem sendo adicionadas.

7. Como avalia a qualidade das palestras e a infraestrutura do evento?
A infraestrutura sofre um pouco por conta do que eu disse acima, e as palestras, na média são médias. Mas todo ano tem algumas que fazem valer o investimento. O difícil é saber quais serão.

8. O fato de agora haver um grande número de ‘celebridades’ anunciadas dentre os palestrantes te parece um diferencial atraente?
Se elas tiverem algo de relevante a dizer, sem dúvida. Como qualquer outro palestrante, algumas serão boas, outras não.

9. Recomenda alguma palestra nesta edição do Festival?
Especificamente não, mas no momento estou atrás de mais informação nas áreas de VR e AR. Vou atrás de palestras sobre isso, se sobrar algum tempo fora do júri.

Leia anterior com entrevista com Tadeu Jungle, jurado de Entertainment, aqui.

Leia todas sobre Cannes aqui.

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