Cannes Lions 2016

O Clubeonline apresenta um bate-bola sucinto e objetivo com todos os jurados que irão representar o Brasil no Cannes Lions, este ano.

Acompanhe abaixo o que tem a dizer André Laurentino, Diretor Executivo de Criação Global para Unilever na Ogilvy e jurado de Health & Wellness.

1. Nome, cargo e há quantos anos comparece ao Cannes Lions.
André Laurentino, Diretor Executivo de Criação Global para Unilever na Ogilvy.
Vou a Cannes todos os anos, desde 1997.

2. É sua primeira vez como jurado neste Festival? Qual a importância deste convite?
Sim, é minha primeira vez como jurado em Cannes. O convite é uma honra.

3. Como você está se preparando para o julgamento?
Fazendo o dever de casa que todo CDF deve fazer (sou CDF desde criancinha): vendo não apenas os trabalhos que estão inscritos, como também conhecendo -- ainda que de longe -- o trabalho dos meus colegas de júri. Tem muita gente de alta qualidade julgando o festival, e acho um sinal de respeito saber porque aquelas pessoas estão sentadas ali.

4. Já viu trabalhos, nacionais ou internacionais, na sua categoria ou em outras, nos quais aposta?
Sim, começo a ver cada vez mais trabalhos na categoria. É difícil ter uma aposta com base na curta amostragem que vi até agora. Um exercício inútil. O resultado final depende 100% do contexto de todas as peças. Ayrton Senna entrava na pista no finzinho dos treinos e levava a pole position. Qual a utilidade de tentar prever a posição de largada antes do Senna entrar na disputa?

5. De modo geral, quais suas expectativas em relação ao desempenho do Brasil, este ano, no Festival?
Sempre são boas, pois o país tem forte tradição em Cannes. E quando vamos achando que nosso forte está agora nas categorias mais inovadoras (o que é ótimo), vem o Grand Prix de filme brasileiro! Justo a área que originou o festival e, por um bom tempo, foi a única que existia. O Brasil sempre surpreende.

6. O Cannes Lions virou um grande Festival, com mais categorias a cada ano e no qual as agências brasileiras investem um grande montante de dinheiro, não só em inscrições, mas também no envio de suas equipes. Você mudaria alguma coisa no Festival, se pudesse?
Faria as palestras serem ainda mais imperdíveis. Hoje há dois festivais em paralelo: o que acontece longe da vista, nas salas de júri onde os prêmios são decididos. E, enquanto aquele prepara em segredo seu conteúdo, existe o festival que acontece para todos verem: as palestras e debates. Gostaria de ver ainda mais grandes nomes de fora da indústria abrindo novos caminhos para pensarmos. Acho que está aí a grande chance de Cannes ser cada vez mais relevante e imperdível.

7. O fato de agora haver um grande número de ‘celebridades’ anunciadas dentre os palestrantes te parece um diferencial atraente?
Não pelo fato de serem celebridades, apenas. Isso seria mais faísca do que fogo. Como disse acima, gostaria de ver cada vez mais grandes autoridades de outras áreas da criatividade ou da comunicação falando sobre como eles fazem. Talvez essa turma inspirasse a nossa comunidade criativa de outro modo. Não tentando encontrar a solução para o nosso negócio, mas apenas falando sobre como construíram os seus. Imagina uma palestra de duas horas com o John Lasseter, da Pixar, falando como eles analisam e desenvolvem ideias. Ia lotar a sala por 30 anos seguidos!

8. Recomenda alguma palestra nesta edição do Festival?
A conversa de Anna Wintour com Christophe Bailey, Chief Creative da Burberry. A moda não usa palavras para construir uma identidade de marca clara, com personalidade e atitude. E vive na concreta relação entre o intangível da criação com o big business. A Burberry tem um caso fenomenal de reinvenção. Anna Wintour é um outro grande nome da moda, que sabe tudo. Essa eu não perco. Outra palestra imperdível: o Anselmo vai falar sobre grandes parcerias entre criativos e clientes. Outro assunto que deve ser primordial para as grandes ambições criativas.

9. Algo mais?
Boa sorte!!!

Leia anterior, com entrevista com Ana Balarin, jurada de Film Lions, aqui.

Leia todas sobre Cannes aqui.