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Comunicação pública

Governo encerra contrato de assessoria de imprensa

23.01.19

Por meio do Twitter, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 23, que o ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz, encerrou um contrato de “assessoria de imprensa internacional”, com valor de R$ 30 milhões/ ano. No mesmo tweet, ele declarou que foram zerados “os custos com propaganda da Caixa e BB” neste início de ano. E dá a entender que as instituições bancárias também terão contratos encerrados “de maneira justa e enxuta”.

Ao jornal Folha de S. Paulo, Santos Cruz havia revelado que não seria renovado o contrato de assessoria de comunicação firmado com a CDN. Há quatro anos a agência cuidava da relação do governo brasileiro com a imprensa internacional. Também se encarregava do monitoramento de veículos fora do Brasil, da produção de material para a Esplanada dos Ministérios e de treinamento de porta-vozes. Com validade de cinco anos, o contrato se encerra neste mês, quando poderia ser renovado mais uma vez – a última.

O acordo estabelecia um valor de R$ 30 milhões por ano – montante citado por Bolsonaro em seu tweet. Mas isso dependia de empenho orçamentário. Ou seja, a remuneração real podia não chegar a essa quantia. A CDN informou ao jornal que a média anual dos repasses nesses quatro anos foi de R$ 10 milhões.

Não está claro se o governo voltará a ter uma assessoria de comunicação internacional. Santos Cruz declarou para a Folha que será estudada a “necessidade de uma nova licitação para essa área (leia a reportagem aqui). A assessoria de comunicação é uma das atividades coordenadas pela Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), que responde à Secretaria de Governo.

Os valores empregados em comunicação pelas administrações anteriores – tanto o da assessoria quanto os de propaganda da Caixa e do Banco do Brasil, conforme o tweet – foram considerados “uma irresponsabilidade” pelo presidente Bolsonaro. Na mensagem que publicou, ele diz “nos governos anteriores, esses gastos ultrapassavam centenas de milhões. Era mais uma das muitas fontes de ações escusas dos grupos que estavam no poder, cuja boa parte dos membros está presa”.

Em fevereiro passado, a Caixa divulgou os vencedores da concorrência que fez para o atendimento de sua conta, cujo valor era de R$ 450 milhões por ano: Nova/SB, Propeg e Artplan (confira aqui). Em agosto, o Banco do Brasil encerrou seu polêmico processo para escolha de agência (houve até pedido de impugnação). As vencedoras da concorrência para atendimento da conta de R$ 500 milhões anuais foram Lew’Lara\TBWA e WMcCann (mais aqui).

CDN

O diretor da CDN Brasília, Inácio Muzzi, conta ao Clubeonline que a empresa vinha atendendo a Secom Internacional desde 2009, quando foi realizada a primeira licitação para a assessoria de comunicação internacional. A agência fez trabalhos envolvendo a Copa e os Jogos Olímpicos. No final de 2014, foi feita nova licitação e a CDN venceu o processo mais uma vez, assinando o contrato em 16 de janeiro de 2015.

Segundo Muzzi, a não renovação do contrato era entendida como algo bastante possível visto que se trata de um novo governo. "Não fomos pegos de surpresa".  A agência tem mais uma conta pública: o Ministério da Cultura. Nesse caso, este é o último ano do contrato, que se encerra em abril. O ministério foi absorvido e agora é uma secretaria do recém-criado Ministério da Cidadania. Como o governo ainda está fazendo ajustes de equipes e de estruturas, até o momento não se sabe o que acontecerá com essa conta.

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