Festival do Clube 2017

Histórias de ontem e de hoje, de famosos e anônimos, uma boa medida de improvisação e muitas, muitas risadas. Um encontro entre Washington Olivetto e Ziraldo não podia ter menos que isso. Conhecidos de longa data, os dois ícones – um da publicidade, outro do desenho -, reunidos para um bate-papo na tarde deste domingo, 17, contaram “causos”, revelaram segredos nada secretos um do outro e fizeram a plateia gargalhar, sendo aplaudidos várias vezes.

Cartunista, quadrinista, escritor (com mais de dez milhões de exemplares vendidos), Ziraldo já era multimídia antes mesmo de o termo ser inventado, disse Olivetto, ao lembrar que o artista foi o primeiro autor individual de histórias em quadrinhos a cores do Brasil, com a Turma do Perequê, ainda nos tempos da revista O Cruzeiro.

Antes de se dedicar aos quadrinhos, livros, caricaturas e pôsteres de cinema, Ziraldo trabalhou em agências de publicidade, no Rio de Janeiro. Primeiro na Poyares e depois na McCann Erickson, nos anos 1950/ 60. “Estou emocionado de estar aqui porque é a realização de um sonho. Quando trabalhei na McCann conheci grandes nomes da publicidade e disse a mim mesmo que um dia seria um publicitário famoso. Esse dia é hoje”, revelou o artista.

Ao falar sobre o Pasquim, talvez o mais famoso tabloide anti-ditadura da história da imprensa brasileira, Olivetto perguntou sobre o sucesso econômico do jornal, que vendia muito bem. “A gente não tinha a menor noção de economia. Até a repressão era uma esculhambação. Uma vez um soldado que estava tomando conta de nós, presos, largou a arma para tocar violão e cantar com a gente”, contou Ziraldo. O que justifica sua opinião de que “o Brasil não tem explicação”.

As falhas no sistema educacional brasileiro também entraram na conversa. Para Olivetto, estamos ficando cada vez mais para trás em relação aos países desenvolvidos em matéria de educação. Ziraldo foi mais longe: para ele, ensina-se nas escolas muita coisa inútil, quando o importante é aprender a se ler, escrever e entender aquilo que está escrito. “Ler é melhor que estudar”, afirmou.

Do alto dos seus 85 anos, Ziraldo chegou à conclusão que a velhice é uma coisa que acontece subitamente. “De repente você se dá conta: putz, fiquei velho”. No momento, ele trabalha numa série de livros infantis, “Os meninos dos planetas”. São histórias de nove meninos, habitantes de cada um dos planetas e da Lua. “Faço um por ano, então é um projeto de dez anos. Como ainda faltam três, estou me garantindo pois não posso morrer antes de acabar”, brincou o autor. E a plateia se desmanchou em risos e aplausos – mais uma vez.

Eliane Pereira

Serviço:

Festival do Clube de Criação 2017

Quando: Setembro, 16, 17 e 18 - 2017
Local: Cinemateca Brasileira - São Paulo – Brasil
Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino

www.festivaldoclubedecriacao.com.br

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#FestivaldoClube2017

Hosted by: Clube de Criação

Temos Shuttle para quem quiser estacionar no Hotel Pullman Ibirapuera
Horário: das 08h30 às 22h30
Trajeto: Pullman / Cinemateca / Pullman
Tarifa especial para o Festival: R$ 35 o período