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Nota de falecimento

Neil Ferreira, aos 74 anos

07.11.17

Uma das referências da publicidade brasileira, Neil Ferreira faleceu nesta terça-feira, 07, aos 74 anos. Por muitos anos, teve seu nome vinculado à DPZ – atual DPZ&T –, onde ingressou em 1977, tornando-se uma das lideranças ao lado dos fundadores Roberto Duailibi, Francesc Petit e  José Zaragoza, época em que Washington Olivetto também integrava o grande time criativo da agência. Neil "duplou" com Zara (que morreu em maio deste ano) por cerca de 18 anos, divididos em dois períodos.

Paulista de Cerqueira Cesar, Neil nasceu em 18 de abril de 1943. Sua trajetória começou na imprensa, mas depois ingressou na propaganda, como trainee de redator na Standard. Passou também pela Almap e Norton, integrando na agência o que se tornou conhecido como “grupo dos subversivos”. Atuou ainda como vice-presidente e diretor de criação da Salles/Interamericana.

Em sua história, estão a criação do Baixinho da Kaiser, do Leão do Imposto de Renda (1978) – que chegou a virar verbete de dicionário, feito pelo qual Neil se orgulhava bastante – e "A Morte do Orelhão", ou "Vandalismo", comercial criado com Nello Pimentel e Zaragoza em 1980.

Neil foi homenageado no 24º Anuário do Clube de Criação, em 1999, e passou a integrar o Hall da Fama da entidade. No 24º Anuário, Ricardo Freire escreveu o seguinte a respeito do homenageado: "Prêmios, Neil levou todos. Mas nenhum tão valioso quanto um tijolinho que José Zaragoza mandou publicar logo depois de uma saída intempestiva da DPZ".  O episódio trata de um famoso anúncio estampado nos jornais com a mensagem "Neil queridinho: volte pra casa. Tudo está perdoado. Z". O redator acabou retornando e permaneceu na agência por mais seis anos.

Aos 69 anos, em 2012, Neil ganhou, no Rio de Janeiro, o Prêmio Jeca Tatu, na Academia Brasileira de Letras, durante o 7º Encontro de Redação Publicitária, em uma iniciativa da Alap (Associação Latino-Americana de Agências de Publicidade), com apoio do Conselho Nacional de Propaganda e do Clube de Criação do Rio de Janeiro.

Sobre Neil, disse Zaragoza em bela matéria publicada no PropMark: "No futebol, um jogador que conhece bem o outro nem precisa olhar onde o companheiro está no campo para dar o passe, sinto isso quando falo do Neil, ele me encontrava nos traços e eu o achava nas palavras". 

Disse Nizan: "Neil é um gênio, como Washington Olivetto. Apenas menos midiático”.

E brincava Julio Cosi: "Você é uma antena parabólica que engole tudo e tudo devolve como trabalho. Cuidado para não ter indigestão’

O velório será na sala 3 do Bloco E do Hospital Albert Einstein, no Morumbi, a partir de 20h30 até quarta, 08, às 11h. Nesta quarta-feira acontecerá a cremação. Será  às 14h no crematório Horto da Paz, na rua Horto da Paz, 191, em Itapecerica da Serra.

Neil deixa um filho (José Bento), uma filha (Juliana) e duas netas.

 

 

 

Nota de falecimento

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