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O Espaço é Seu

Home-office sim, day-off não (Adilson Batista)

19.07.16

A demanda dos profissionais de publicidade por modelos de trabalho mais confortáveis está crescendo e as agências precisam se atentar a essa circunstância, sob o risco de perderem seus principais talentos para concorrentes ou mesmo para outras indústrias, como a de tecnologia.

Um dos principais pedidos das pessoas é pela adoção do home-office, método que permite um custo de vida menor e menos stress nos deslocamentos pelo trânsito das grandes cidades. Para a agência, é bonito anunciar que permite home-office, até porque isso ajuda a atrair talentos e transmite a imagem de um lugar mais agradável para se trabalhar. Mas o tiro pode sair pela culatra e o ambiente na empresa pode se tornar um verdadeiro inferno.

O primeiro cuidado que a agência precisa ter é arrumar a própria casa antes de mudar radicalmente seus métodos de trabalho. Home-office funciona para empresas que têm processos operacionais maduros e consolidados. Empresas que são muito informais, em que os fluxos de trabalho ocorrem muito através do e-mail e que não têm um bom software de gestão, não deveriam adotar o modelo antes de organizar seu dia-a-dia.

Além de ajustar processos, a agência deve investir em ferramentas de cloud computing e realizar workshops que expliquem às pessoas que home-office não é igual a day-off (até temos day-off, mas no aniversário dos funcionários).

Adotamos o home-office na Today há algumas semanas, mas com regras claras. Uma delas é a proporção de um dia em casa e quatro na agência, com uma escala organizada para controlar isso. Outra premissa é que o modelo deve valer para toda a agência. Evitamos o tipo de relação que algumas empresas costumam adotar – de liberar apenas poucos departamentos. E também não estamos obrigando ninguém a fazer home-office, até porque alguns preferem trabalhar na agência sempre.

Para o projeto sair do papel, precisamos modificar alguns processos internos, realizar alguns workshops para explicar a novidade e investir em um projeto de sete meses para colocar nossos servidores na nuvem.

Os primeiros resultados foram muito bons e, agora, a ideia é evoluir esse modelo. Ainda neste ano, quero contratar pessoas para áreas específicas em que o percentual será de 100% home-office. Uma vez que a operação funcione bem, posso pensar em contratar mais pessoas que trabalhem remotamente.

No início, as pessoas estranham, mas, depois, os benefícios são muito concretos tanto para os colaboradores quanto para a agência, que pode crescer, sem necessariamente aumentar o custo do escritório.

Evidentemente, todo cuidado é pouco para não transformar um modelo teoricamente mais confortável em um que represente um inferno para todos os envolvidos.

Adilson Batista, sócio-fundador da Today

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