Recrutamento às cegas

Com o objetivo de ampliar o debate sobre diversidade e inclusão nas agências, a Artplan anuncia que passa a adotar uma plataforma de recrutamento que traz como ponto de partida uma seleção às cegas.

Realizado em parceria com a Empregare.com, que reformulou sua plataforma com essa opção a pedido do Comitê de Diversidade da agência, o modelo de seleção tem por objetivo evitar o viés inconsciente do contratante que tende a optar por perfis semelhantes de candidatos.

Ao anunciar uma nova vaga, a agência vai retirar do currículo todas as informações que são consideradas "desnecessárias para uma primeira fase de recrutamento", como nome, gênero, foto, estado civil, idade, endereço, redes sociais, instituição da formação acadêmica e dos cursos extracurriculares, nome e porte da empresa na experiência anterior e número de filhos.

Depois da primeira etapa, os selecionados participam de outras fases do processo, como testes situacionais e de competências, para só então chegar na fase de entrevistas por telefone e/ou presenciais.

"É muito gratificante trazer esse processo de seleção para o mercado publicitário. É uma forma de inclusão muito mais justa e que irá ampliar o nosso leque de opções, além de tornar nosso ambiente de trabalho ainda mais saudável e diverso", defende Rodolfo Medina, presidente da Artplan.

A Empregare.com desenvolveu um selo, que garante aos participantes do processo que o recrutador em questão estará recebendo candidatos sem informações que possam ser caracterizadas como discriminatórias. A plataforma abrirá essa opção de recrutamento para todas as empresas que se interessarem.

Segundo a Artplan, esse método de contratação surgiu na Europa como política pública.

"A 'Seleção às Cegas' é parte fundamental de um plano de diversidade muito mais amplo que estamos trabalhando para termos uma agência mais inclusiva e respeitosa", comenta Flávia Campos, diretora geral de planejamento da Artplan São Paulo e líder do Comitê de Diversidade da agência.