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Cannes Lions 2016

O que pensam os jurados (Rodrigo Jatene)

05.05.16

O Clubeonline apresenta um bate-bola sucinto e objetivo com todos os jurados que irão representar o Brasil no Cannes Lions, este ano.

Acompanhe abaixo o que tem a dizer Rodrigo Jatene, Chief Creative Officer da Grey e jurado de Direct.

1. Nome, cargo e há quantos anos comparece ao Cannes Lions.
Rodrigo Jatene, Chief Creative Officer da Grey. Estou indo para a minha 8ª edição de Cannes.

2. É sua primeira vez como jurado neste Festival? Qual a importância deste convite?
Sim. É minha primeira vez como jurado e será uma grande honra ter a oportunidade de representar o Brasil e a Grey em Cannes. O sentimento que esse convite me causou não foi exatamente o de “importância”. Para mim é um reconhecimento. Talvez o mais contundente da minha carreira, até agora. Um sinal de que algo que venho fazendo, como indivíduo ou como grupo, está, provavelmente, no caminho certo.

3. Como você está se preparando para o julgamento?
Pelo que dizem alguns amigos que já estiveram lá, o julgamento de Cannes é um dos processos mais exaustivos que se tem notícia. Por isso, se eu conseguir fazer alguma preparação, certamente será muito mais física e mental do que técnica. Fora isso, tem a preparação óbvia de conhecer os outros jurados da minha categoria e ver o máximo de peças que estarão no meu júri.

4. Já viu trabalhos, nacionais ou internacionais, na sua categoria ou em outras, nos quais aposta?
Formalmente, não. Até porque ainda não sabemos quais trabalhos estarão inscritos no festival. Mas tenho visto muita coisa interessante pipocando aqui e ali. Certamente vou revê-las no júri.

5. De modo geral, quais suas expectativas em relação ao desempenho do Brasil, este ano, no Festival?
Não queria repetir o óbvio sobre o momento político-econômico-social extremamente delicado pelo qual passamos. Mas é inevitável já que isso, certamente, deve se refletir na participação brasileira do festival. Mas apesar do cenário desfavorável, conhecemos bem a capacidade do país de gerar grandes ideias e contribuir criativamente para a evolução da indústria. Por isso, o que eu espero do país é uma menor quantidade de inscrições mas a mesma qualidade de sempre.

6. O Cannes Lions virou um grande Festival, com mais categorias a cada ano e no qual as agências brasileiras investem um grande montante de dinheiro, não só em inscrições, mas também no envio de suas equipes. Você mudaria alguma coisa no Festival, se pudesse?
Sinceramente? Quem sou eu para mudar alguma coisa no festival? Há anos o Cannes Lions vem se adaptando, evoluindo, criando novas categorias e, inegavelmente, continua pautando a indústria. Há quem diga que o “exagerado número de categorias” é só uma forma de fazer dinheiro. Eu não concordo. Vejo isso como um reflexo da nossa indústria. Um evento que aponta as tendências e “seta” os standards de qualidade como nenhum outro.

7. Como avalia a qualidade das palestras e a infraestrutura do evento?
Obviamente nem todas as palestras são boas para o meu gosto. Mas acho que tem um mix de assuntos que acaba interessando a todo mundo. No geral, minha experiência como ouvinte no Palais é muito boa. Só tem uma coisa que me incomoda um pouco nas palestras de Cannes, além de lotação das salas e as enormes filas para conseguir um assento em um dos auditórios, e ninguém consegue prever muito quando vai acontecer: jabá descarado.
Às vezes, o tema da palestra é tão interessante e o convidado é um cara tão bacana que você acaba sendo fisgado. Mas bastam 5 minutos assistindo à conversa para sacar que aquela prosa ali não vai à lugar nenhum porque a marca bancou o tema interessante e o convidado bacana mas não os deixa aparecer em nenhum momento. É o famoso branded content mal feito: muito brand e pouco content.
Por sorte fui pego poucas vezes nessas arapucas. Mas, às vezes, acontece.

8. O fato de agora haver um grande número de ‘celebridades’ anunciadas dentre os palestrantes te parece um diferencial atraente?
Em termos de conteúdo, não. Com raras exceções, como o caso do Pharrell Williams no ano passado, os mortais acabam surpreendendo muito mais do que os medalhões.

9. Recomenda alguma palestra nesta edição do Festival?
Recomendo um seminário que vou desde sempre, mesmo antes de fazer parte da network: Grey Annual Music Seminar.
Essa é a décima edição do festival que a Grey oferece esse papo, um dos pontos altos de festival, na minha opinião. O convidado desse ano será o Iggy Pop, que será entrevistado pelo meu querido amigo Nils Leonard, Chairman e CCO da Grey Londres, que acaba de herdar essa divertidíssima posição - no sofazinho do palco do Palais - do Tor Myhren, que apresentou o seminário nos últimos anos.

Leia anterior com entrevista com Claudia Colaferro, jurada de Glass, aqui.

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