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CES 2021

Estudo da Accenture aponta: 2021 irá redefinir o séc. XXI

15.01.21

A CES 2021 foi a oportunidade de a Accenture Interactive apresentar a 14ª edição de seu estudo “Fjord Trends", que faz uma análise de tendências de tecnologia, de negócios e da sociedade para traçar caminhos para diversos perfis de organizações. O trabalho aponta que 2021 irá redefinir o século XXI.

Apresentado por Mark Curtis, diretor de inovação e liderança da Accenture Interactive, junto com Martha Cotton, co-líder do Fjord, o painel trouxe uma curiosa brincadeira no título: “Mapeando novos territórios: mas sem dragões”. A proposta remetia a uma prática medieval. Os cartógrafos da época costumavam assinalar nos mapas a frase “Aqui estão os dragões” como alerta para regiões dos oceanos que eram desconhecidas.

Com os efeitos da pandemia – que mudou nossas vidas, o trabalho, nossa maneira de comprar e aprender –, quase tudo que sabíamos sobre negócios, tecnologia e pessoas está sendo interrompido. Com isso, segundo Curtis, surgem novos territórios que abrem uma infinidade de mundos inexplorados. E isso representa a oportunidade de refundarmos nossas bases.

Temos de preparar os mapas de novo. E não queremos dragões. Por isso, tudo se trata de explorar, prototipar, experimentar e aprender”, completou Curtis. Ele observou ainda que a história nos mostra que, depois de uma crise global, nasce uma era de novos conceitos e ideias.Temos a chance de definirmos como queremos que o século XXI se pareça, e isso começando em 2021", afirmou.

Para ajudar nesse renascimento, por assim dizer, o “Fjord Trends” estabeleceu sete tendências para as companhias começaram a redesenhar o tempo que vivemos. E Curtis observa que será importante a adoção de um tom de esperança por parte das marcas.


  • Deslocamento coletivo - O lugar e a forma de experimentar os acontecimentos mudaram em 2020. Isso foi marcado por uma sensação compartilhada de deslocamento à medida que buscávamos coletivamente novas maneiras e locais para fazer as coisas de que gostamos e que precisamos fazer. O jeito como trabalhamos, compramos, estudamos, socializamos, cuidamos de nossas famílias e da nossa saúde mudou para muita gente e as marcas precisam buscar novas formas de oferecer experiências inéditas de interação entre as pessoas. A Maratona de Londres foi apontada como exemplo disso, quando permitiu que corredores comuns disputassem a prova de forma online (nas ruas só correram os atletas de elite).

  • Inovação "faça você mesmo" – Cada vez mais, a inovação é impulsionada pelo talento das pessoas em encontrar novas formas ou atalhos para lidar com os desafios, como pais que passaram a usar a tábua de passar roupa como mesa para a função de professor. A tecnologia assumiu um novo papel, tornando-se uma facilitadora para a criatividade humana. Isso inclui de políticos a personal trainers, que deram um novo significado a plataformas como o TikTok e videogames para a transmissão de shows e outras mensagens importantes – caso da apresentação de Travis Scott no game Fortnite. Todos buscam as melhores soluções, mas a era em que uma marca precisava criar uma solução fechada está terminando, enquanto outra, em que as marcas criam as condições para inovações individuais e personalizadas, ganha cada vez mais força.

  • Boas equipes são formadas assim – Quem trabalha de forma remota agora vive no escritório, o que tem um efeito significativo nos acordos recíprocos entre empregados e empregadores. Quem decide que roupa deve ser usada em uma videochamada? Quais são os limites de privacidade para quem trabalha em casa? Mesmo com a chegada de vacinas, a mudança na relação entre as pessoas e seus trabalhos e entre empregadores e equipes é permanente. O futuro não guarda uma solução única para todos. Por algum tempo ainda veremos várias tentativas nesse universo.

  • Infraestrutura líquida - Uma vez que mudou a forma como as pessoas adquirem produtos e se envolvem com os serviços, as organizações tiveram de repensar suas cadeias de suprimentos e o uso de todos os seus ativos físicos e focar em pequenos agrados - como a satisfação imediata ao fechar a compra em lojas físicas (que poucos valorizavam e agora sentem falta). Agora, as empresas precisam demonstrar agilidade e resiliência em todas as frentes para que possam se adaptar rapidamente às mudanças, inclusive as que ainda estão por vir, como as impulsionadas pela sustentabilidade.

  • Interação entusiasmante - As pessoas estão passando cada vez mais tempo interagindo com o mundo por meio de telas. O resultado é que notamos uma certa "mesmice" causada pelos modelos de design adotados nas experiências digitais. As empresas devem repensar esse design, o conteúdo, o público-alvo e a interação entre eles a fim de injetar cada vez mais emoção, alegria e a sensação de feliz coincidência nas experiências de tela.

  • O desafio da empatia - As pessoas se preocupam muito com as causas defendidas pelas empresas e a forma como expressam seus valores. A pandemia deixou claros os problemas e a desigualdade de sistemas ao redor do mundo - da falta de acesso a serviços de saúde à desigualdade de modo geral. Como resultado, as empresas precisam se esforçar para gerenciar as narrativas que moldam suas marcas, priorizando os assuntos que realmente importam e definem seus comportamentos.

  • Rituais perdidos e achados - O cancelamento e a disrupção dos rituais ꟷ que vão desde celebrar o nascimento até dar o último adeus a quem morreu ꟷ tiveram um grande impacto no bem-estar coletivo. A tendência indica um espaço aberto para as empresas que desejam ajudar as pessoas em suas buscas por significado e por novos rituais capazes de trazer alegria e conforto. Em 2020, quando foi possível relaxar a quarentena, outros se estabeleceram. Muita a gente, por exemplo, aderiu à natação no mar. O fato é que, segundo o estudo, tudo deve começar com a compreensão da lacuna deixada pelo ritual perdido e o desenvolvimento de um substituto à altura.


O estudo completo pode ser acessado aqui.

 

Lena Castellón

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