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Em São Paulo

Grupo Tonks reabre salas do antigo Cinearte

10.02.21

Quase um ano depois de o Cinearte ter fechado suas portas, as salas de cinema do Conjunto Nacional, na avenida Paulista, em São Paulo, voltarão a ser abertas. A reinauguração do espaço, agora chamado Cine Marquise, será em março.

Sob administração do Grupo Tonks – que faz consultoria, análise e desenvolvimento de soluções tecnológicas e produção de conteúdo para a indústria cinematográfica e de entretenimento -, o cinema foi totalmente reformado. As duas salas têm nova decoração, sistema de som, telas importadas e poltronas do modelo premium. Elas somam 321 e 83 lugares, respectivamente.

No lugar antes ocupado pela bilheteria, ficará um café da franquia mineira Cheirin Bão. Ele será inaugurado no próximo dia 18 e ofertará cafés especiais e quitutes caseiros. O espaço contará ainda com uma bombonière planejada para completar a experiência cinematográfica.

Um cinema tão especial quanto este não poderia ficar fechado. Quando percebi a oportunidade, tentei aproveitá-la, mesmo em meio a pandemia. Reuni um time de apaixonados por cinema e estamos usando todo nosso repertório de 15 anos da Tonks, e mais os anos que atuei na área de exibição, para apresentar a melhor curadoria e muita criatividade para que o Cine Marquise logo se torne o mais querido da cidade”, declara Marcelo J. L. Lima, que dirige o grupo.

Lançada em 2006, a Tonks tem clientes e parceiros em todos os setores do mercado de cinema, seja produção, distribuição ou exibição cinematográfica. Em seu portfólio tem também a revista e portal Exibidor, veículo especializado no setor. A empresa é idealizadora e realizadora ainda da Expocine, a maior convenção da indústria cinematográfica na América Latina.

Ligação histórica com a cidade

O Cine Marquise vai ocupar um espaço tradicional para os cinéfilos de São Paulo. Inaugurado em março de 1963 com o nome de Cine Rio, a sala de 500 lugares se tornou a segunda sala de cinema do Conjunto Nacional, que desde 1961 contava com o Astor, considerado à época o mais luxuoso e moderno da cidade.

A programação privilegiava filmes mais populares e assim seguiu até 1978, quando o cinema encerrou suas atividades após um incêndio que destruiu a fachada e parte do Conjunto Nacional.

Em 1982 as salas reabriram como Cine Arte Um e exibiam uma programação de filmes considerados de arte. Em 1995, o conjunto passa a ser chamado de Cinearte. E em 2002 o espaço começa a ser administrado por Adhemar de Oliveira e Leon Cakoff.

Três anos depois, nova mudança. As salas são rebatizadas como Cine Bombril. Em 2010, surge um novo patrocínio e o cinema ganha o nome Cine Livraria Cultura.

A partir de 2018 a Petrobras assume o patrocínio e o espaço é redefinido como Cinearte Petrobras. Em 2019, a empresa deixou de bancar diversos projetos culturais, seguindo orientação do governo federal. Entre eles, o cinema, que continuou, mas apenas como Cinearte. Porém os custos necessários para a manutenção do cinema obrigaram o distribuidor e exibidor Adhemar Oliveira a encerrar as atividades do conjunto de salas em 19 de fevereiro de 2020 (leia mais em Sem patrocínio, Cinearte fecha as portas).

O Cine Marquise pretende inaugurar um novo capítulo da história desse espaço tão emblemático da cidade, ainda que em um cenário desafiador como o da pandemia.

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