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O Espaço é Seu

Fake news - uma informação pode ser + cara do que você imagina

15.12.20

Essa informaçãozinha de nada pode sair mais cara do que você imagina.”

A frase é verdadeira e precisa ser dita e repetida, já que muitos influenciadores se esquecem dessa responsabilidade como formadores de opinião e acabam pagando o preço, às vezes até literalmente, por falas malditas ou por propagarem informações inverídicas.

Nesse turbilhão de informações que vivemos, a qualquer momento podemos “tropeçar” em alguma notícia nova e, essas mensagens disfarçadas de “diquinhas”, nas redes sociais, podem virar uma terrível bola de neve, que hoje chamamos de fake news. Em um passado recente, essas notícias (às vezes devastadoras), não passavam de boatos, rumores, diz que me diz.

Como se já não bastassem as notícias falsas produzidas sobre temas delicados ou personalidades, nas redes sociais, há alguns meses vimos informações que beiram a bizarrices sendo multiplicadas nos noticiários. Quem não viu uma matéria dizendo que o uso de termômetro mata neurônios ou que o plástico bolha transmite coronavírus? No universo dos influenciadores, fake news, informações erradas e pontos de vista particulares se misturam e criam um grande jogo que desmorona muito facilmente, levando consigo autoridade, confiança, investidores e likes.

São apenas quatro passos que te separam de uma postagem: acessar uma plataforma, abrir a câmera, gravar e postar. Nesse processo tão rápido e prático muita coisa pode dar errado e isso acontece por causa da “aura” criada em volta dos influenciadores. Além disso, há o imediatismo dos creators, que querem gerar conteúdo real time e não fazem uma curadoria do que está sendo postado.

A audiência acompanha tanto a vida desses criadores de conteúdo que começa a criar vínculo e acreditar que são íntimos, e que, portanto, tudo que é dito por eles é uma verdade absoluta e não requer averiguação. Afinal de contas, quem está dizendo é o “influenciador-amigo”. Mas não é assim que deveria ser.

A construção da persona digital passa sim por processos de edição. Porém, muitas vezes quem recebe o conteúdo acaba por esquecer ou relevar esse detalhe nada insignificante. Ser um influencer é ser um disseminador; o que é postado ou dito ali gera uma explosão de cópias, desejos, vontades e anseios e, por isso, essa profissão precisa ser exercida com cuidado.

O influencer é hoje o paciente zero, pois é a partir dele que, muitas vezes, as informações se tornam virais e ganham força.

Vale lembrar que estamos seguindo um padrão e informação transmitida de maneira errada, causando problemas, e essa não é uma característica unicamente do nosso momento.

Em 1938, durante a transmissão de um programa de rádio da Columbia Broadcasting System, houve a simulação de uma invasão extraterrestre que desencadeou pânico por toda a Costa Leste dos Estados Unidos. Era apenas o começo de uma peça de radioteatro, e que não ajudou a CBS a bater a emissora concorrente, mas virou um dos maiores cases de como uma informação dada sem cautela pode gerar confusões.

De 1938 para 2020, ainda somos influenciados por quem temos confiança e uma informação que não é verdadeira ou que não é transmitida da forma ideal é capaz de gerar grandes problemas.

Exatamente por isso é preciso ter responsabilidade ao realizar o marketing de influência. É preciso investir tempo para ter o conteúdo certo, a divulgação assertiva. Não adianta passar por esse tão difícil 2020, se encher de esperanças e metas para 2021 e continuar cometendo os mesmos erros de 1938.

Por Flávio Santos, CEO da MField

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