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O Espaço é Seu

Hora de se posicionar (Luiz Barretto)

17.12.20

Assim como nosso cérebro precisa de estímulos para evoluir, nós, profissionais da publicidade, também precisamos. E esses novos estímulos não estão apenas em ficar de olho para saber o que tá rolando nas campanhas das agências concorrentes, tampouco apreciar de cabo a rabo os vencedores e os shortlists de Cannes. Temos de compreender o passado, perceber o presente e projetar o futuro. Entender o contexto atual pode levar nossa mente a ter insigths que façam cada vez mais sentido e sejam pertinentes e condizentes para nossas futuras ações.

Não só temos de estar atentos e preparados para estudar as novas ferramentas, como o TikTok, mas também entender por que elas são relevantes e como as marcas inseridas nessas plataformas podem ser igualmente relevantes. Temos de estar atentos e preparados para assumir novas frentes que estão chegando ou que já chegaram. Ahhhhhhh, e que bom que elas chegaram. Parecia que nós, profissionais da propaganda, vivíamos num mundo paralelo, que não refletia a realidade, um portal que em algum momento se fecharia e do qual não iríamos conseguir sair. Caso continuássemos daquele jeito, estaríamos fadados a impactar menos pessoas e, talvez pior, a enviar mensagens erradas para as pessoas e continuar fazendo publicidade apenas pra impressionar publicitários. Nossa relevância como profissionais responsáveis por traduzir briefings e problemas em conceitos criativos e conteúdos relevantes estaria mesmo fadada ao fracasso.

Mas as transformações chegaram e cabe a nós interpretá-las. A equidade racial, por exemplo, é uma realidade. Qual criativo não se lembra da campanha da Nike com Colin Kaepernick? E quem não gostaria de estar na ficha técnica dela? A Nike não só se posicionou pela diversidade racial, como também politicamente. Exemplos como o da campanha de Dia dos Pais da Natura, que traz Tammy Gretchen como protagonista, e do programa de trainee somente para negros do Magazine Luiza deixam a mensagem de que não podemos mais deixar pra trás assuntos importantíssimos. Essas atitudes e posicionamentos vão ecoar muito além das marcas e as discussões em torno desses assuntos estarão muito além das redes sociais.

As marcas precisam se posicionar cada vez mais. Só assim uma marca se tornará importante, independentemente do produto que vende, e conseguirá ser verdadeira.

E só assim ela, finalmente, conseguirá atingir seu principal objetivo: entrar na vida e na conversa das pessoas.

Luiz Barretto, diretor de criação da Gotcha

O Espaço é Seu

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