Publishers resistem a termos financeiros

A Apple planeja criar um serviço de assinatura de notícias e está enfrentando resistência das principais companhias produtoras de notícias sobre os termos financeiros propostos pela gigante de tecnologia, de acordo com fontes do The Wall Street Journal.

Segundo a publicação, o fato estaria "complicando uma iniciativa que faz parte dos esforços da empresa para compensar a desaceleração das vendas do iPhone."

A gigante de Cupertino teria proposto a algumas companhias que trabalham com conteúdo um modelo de negócios por meio do qual a Apple manteria metade da receita de assinatura do serviço, segundo as fontes.

O serviço, descrito por executivos do setor como um "Netflix de notícias", permitiria aos usuários ler uma quantidade ilimitada de conteúdo dos editores participantes por uma taxa mensal.

A expectativa é que a novidade seja lançada no final deste ano como uma área paga do aplicativo Apple News.

O restante da receita seria dividido entre os editores de acordo com a quantidade de tempo que os usuários gastam envolvidos em seus artigos.

Representantes da Apple teriam dito às empresas de notícias que o serviço de assinaturas pode custar cerca de US$ 10 por mês, semelhante ao valor cobrado pelo serviço de streaming de música da Apple, mas o preço final pode mudar, ainda de acordo com as fontes.

The New York Times e The Washington Post estão entre os principais jornais que até agora não concordaram em licenciar seu conteúdo para o serviço, em parte devido às preocupações com os termos propostos, que não tinham sido divulgados anteriormente. De qualquer maneira, as negociações ainda estão em andamento.

Outra preocupação de algumas companhias que produzem conteúdo é que eles provavelmente não teriam acesso a dados de assinantes, incluindo informações de cartão de crédito e endereços de e-mail, cruciais para aquelas empresas construírem seus próprios bancos de dados de clientes e comercializarem seus produtos para os leitores.

A Apple se recusou a comentar.

Apesar da queda de faturamento com a comercialização do iPhone ter diminuído 15% em relação ao ano passado, as receitas obtidas com outros produtos e com serviços cresceram 19%, por isso a Apple estaria apostando em novas opções. De acordo com rumores no mercado norte-americano, a empresa também estuda lançar uma plataforma de streaming para games. A companhia teria iniciado conversas com publishers no ano passado para criar uma "Netflix dos jogos", mas ainda seriam passos muito iniciais, como dissemos por aqui.

Leia a matéria do The Wall Street Jounal na íntegra, aqui.