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Tóquio 2020

Organizadores já falam em adiar. Países se retiram

23.03.20

A decisão de adiar ou não os Jogos Olímpicos de Tóquio está no foco dos organizadores. Pela primeira vez, fala-se em remarcação do evento programado entre 24 de julho e 9 de agosto. No domingo 22, o Comitê Olímpico Internacional (COI) se reuniu para discutir o adiamento, que vem sendo pedido por atletas e comitês de diversos países, entre eles o do Brasil, em função do avanço do coronavírus. A entidade decidiu redefinir os cenários com os quais trabalha e deverá se posicionar em quatro semanas.

No mesmo dia, o Canadá anunciou que não enviará sua delegação para as Olimpíadas e para as Paralimpíadas, que tem início originalmente marcado para 25 de agosto. É o primeiro país a se retirar e se posicionar oficialmente de maneira tão dura diante da inflexão do COI. O pedido das entidades esportivas canadenses é pelo adiamento por um ano. "Embora reconheçamos as complexidades inerentes ao adiamento, nada é mais importante que a saúde e a segurança de nossos atletas e da comunidade mundial".

O comunicado canadense diz ainda: “Com a covid-19 e seus riscos associados, não é seguro para nossos atletas, e para a saúde e segurança de suas famílias e da comunidade canadense, que continuem treinando para estes Jogos. De fato, isso vai contra as orientações de saúde pública que pedimos que todos os canadenses sigam".

A Austrália também está decidida a não enviar atletas para Tóquio se os jogos não forem adiados por um ano. É o que demonstra comunicado do Comitê Olímpico local. Segundo a entidade, os "atletas australianos devem se preparar para os Jogos Olímpicos de Tóquio no verão do hemisfério norte de 2021, seguindo anúncio do COI de um adiamento potencial dos Jogos deste ano e de mudanças no cenário da saúde pública na Austrália e em todo o mundo". Noruega, idem.

No Japão, depois que o COI fez seu anúncio, o primeiro-ministro Shinzo Abe declarou que o adiamento da competição pode ser considerado se o estágio da pandemia não permitir que os Jogos sejam realizados em sua plenitude.

Nem o COI, nem o primeiro-ministro desejam cancelar as Olimpíadas. A não realização do evento não resolveria problemas, na visão da entidade. Daí, a razão de manter o plano de organizar os Jogos. Entre os cenários, a entidade estuda remarcar a competição para o final deste ano ou postergá-la para 2021. Ou mesmo 2022.

O COI declara que as vidas humanas têm precedência. Por outro lado, vê “melhorias significativas” no Japão. Esse argumento vinha sustentando a manutenção dos Jogos e das Paralímpiadas nas datas originais. No entanto, o aumento dramático de casos e surtos em diferentes países levou o comitê a concluir que é preciso revisar o planejamento de cenários.

Tóquio 2020

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