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Trace Brazuca

Canal de cultura afrourbana estreia na TV; projeto é multiplataforma

22.07.20

Neste sábado, 25, vai ao ar o canal Trace Brazuca, da Trace Brasil. A empresa, que chegou ao país em outubro do ano passado, já conta com um programa na RedeTV, o Trace Trends. Agora, amplia sua presença no país e dá um passo importante para se transformar em um negócio multiplataforma por aqui. O foco do novo canal, que estreará na Vivo e Claro/Net, é empoderar a população preta por meio do entretenimento e da educação.

Nascido em 2003, na França, o Trace é um grupo de mídia voltado para a cultura afrourbana. Foi lançado apostando primeiramente na música de artistas negros e depois ampliou sua cobertura de temas. Expandiu-se para outras regiões e hoje na África Subsaariana é uma das marcas mais fortes do mercado. Cofundador da companhia e atual CEO do grupo, Olivier Laouchez tinha o sonho de trazer a empresa para o Brasil, que tem 54% de sua população identificada como preta, segundo o IBGE.

O primeiro passo foi o Trace Trends, que conseguiu patrocínio de Bradesco e Vivo. Agora, a companhia lança o canal, projeto que já vinha sendo preparado até que dois acontecimentos aumentaram a relevância do empreendimento. O assassinato de George Floyd, nos EUA, por um policial branco, que gerou manifestações contra o racismo, e a pandemia de covid-19, que faz mais vítimas entre negros e grupos mais vulneráveis do ponto de vista social, intensificaram as pautas antirracistas pelo mundo. “Esses dois eventos reforçaram a importância de amplificar vozes para o país ser mais equânime”, disse José Papa, sócio e CEO da Trace Brasil.

As várias expressões culturais dos negros brasileiros estarão compreendidas na programação, porém Ad Junior, head de marketing da Trace Brasil, destaca que os olhares serão menos voltados para as formas caricatas como se costumam abordar temas da população preta. “Precisamos criar espaços com discussões positivas e propositivas”.

A Trace Brasil reúne seis pessoas em sua equipe, até o momento, mas trabalha com colaboradores e com o time internacional. Kenya Sade é coordenadora de programação no país e terá ligação direta com Carina Brito Silva, chefe de programação, sediada em Paris. Fazem parte do time também Danilo Lima (consultor de diversidade), Alberto Pereira Jr. (produtor, roteirista e apresentador), Vini Monteiro (social media) e Miriam Chaves, responsável pela área comercial e novos produtos.

O Trace Brazuca terá 24 horas de programação. Parte da grade será composta por conteúdo autoral e programas veiculados em outros países. O grupo está presente em mais de 120 países. O conteúdo gerado por aqui estará conectado com essa rede. Portanto, os programas exibidos no canal brasileiro, como documentários - caso do curta "Rainha", de Sabrina Fidalgo -, serão transmitidos também em países como Angola, Moçambique, Portugal e França.

Multiplataforma

O projeto da Trace para o Brasil não se limita ao canal. Lá fora existe um aplicativo de música que será lançado por aqui, embora já seja possível baixá-lo para iOS ou Android: Trace Play. Outro plano é abrir a YouTrace, plataforma digital voltada para o YouTube , que visa dar oportunidades para criadores veicularem vídeos com padrão de qualidade profissional e que ajudem a gerar receita. Além disso, no horizonte está a Trace Academia, uma plataforma de educação considerada um dos grandes projetos do grupo. Mas esse e os demais ficam para o final do ano.

Por enquanto, o foco está no Trace Brazuca, que tem, entre suas atrações, além do Trace Trends: Skip Skip, programa de entrevistas com artistas da cena musical; Djouba, playlist dos maiores hits africanos do momento; Trace+, seleção de documentários como “Afrobeats, da Nigéria para o mundo” (que conta como o gênero influenciou artistas de vários cantos do mundo); e Trace – Sua Voz, em formato de pílulas de um minuto, com mensagens de representantes da sociedade civil e de organizações sociais sobre um tema específico.

Na Claro, o canal do Trace Brazuca é o 624. Na Vivo, 630.

Trace Brazuca

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