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Festival do CCSP 2013

Como uma pessoa disfuncional funcionou (Antonio Pinto)

27.09.13


Diagnosticado com déficit de atenção ainda na infância, o compositor e produtor musical Antonio Pinto apresentou o painel “Como uma pessoa disfuncional funcionou”, onde contou à plateia do auditório Simon Bolivar, no Memorial da América Latina, como uma formação cultural e educação não formal contribuíram para que encontrasse sua vocação e alcançasse sucesso profissional.



Filho do cartunista Ziraldo, Antonio abandonou a escola aos 17 anos e mudou-se do Rio de Janeiro para Nova York, onde viveu durante dois anos e meio, a fim de dedicar-se ao estudo da música.



“Cresci em uma casa onde recebia incentivo artístico muito grande. Convivia com criativos, tinha diversos instrumentos musicais à disposição e acesso a um acervo enorme de livros de grandes pensadores. Enquanto me alimentava de cultura, minha educação acadêmica era um fracasso. Eu não conseguia me concentrar e não sentia que esse ensino contribuía de fato para minha educação. Meu pai permitiu que eu deixasse a escola se fosse para estudar algo que eu realmente gostasse, e assim fiz”, explicou o produtor.



De volta ao Brasil e morando em São Paulo, Antonio passou a trabalhar como ilustrador e, posteriormente, diretor de arte “para pagar as contas”. Acumulou passagens pela MTV e DM9, até que, insatisfeito profissionalmente, percebeu que deveria dedicar-se ao que realmente gostava de fazer: a música. “Comecei então a atuar em produtoras até abrir minha própria, a Supersonica”, resumiu.



Até 1998, Antonio especializou-se na criação de trilhas sonoras para peças publicitárias, além de também trabalhar com produções cinematográficas. Foi então que, por intermédio de Daniela Thomas, sua irmã, conheceu o diretor Walter Salles, que o convidou a compor a trilha de "Central do Brasil". “Acredito que esse tenha sido um divisor de águas para mim. A partir daí, as pessoas passaram a me conhecer, fui à festa do Oscar e fiz contatos que me permitiram, anos mais tarde, trabalhar em cenários cinematográficos internacionais”, contou.



Com Walter Salles, trabalhou ainda em "Abril Despedaçado" e "Cidade de Deus" (filme produzido por Salles). Compôs também trilhas para filmes como "Colateral", de Michael Mann; "Senhor das Armas", de Andrew Niccol; "A estranha perfeita", de James Foley; e "Cidade dos Homens", de Paulo Morelli. Apesar do destaque no cinema, Antonio garante que nunca pensou em deixar de realizar peças publicitárias. “São duas paixões. Comecei na publicidade e vou fazer publicidade sempre. Uma coisa não interfere na outra, e acredito que, apesar das diferenças de formatos, tanto a publicidade como o cinema contam histórias, e o processo de criação para ambos é o mesmo”, assegurou.



Atualmente, envolvido em quatro diferentes projetos no cinema e em “inúmeras” peças publicitárias, Antonio acredita que obteve sucesso profissional graças à liberdade para expressar-se criativamente. “Acredito que, independentemente de qual seja, cada um deve buscar sua linguagem própria, seja ela nos estudos, nas artes, ou no que for. Eu era completamente disfuncional e a oportunidade de vivenciar experiências dentro das minhas áreas de aptidão foi o que fez minha vida funcionar”,  finalizou.



Mariana Barbosa



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