Para usuários das redes sociais, a transparência das ações e a forma de interação das empresas com o consumidor têm grande influência na reputação das marcas.
A conclusão faz parte da 3ª edição do estudo Empresas e consumidores nas mídias sociais, realizado pela agência de comunicação integrada JeffreyGroup e pelo instituto de pesquisa Ideafix Estudos Institucionais.
A pesquisa avaliou a opinião de 500 jovens heavy users de internet durante a 5ª edição da Campus Party Brasil, realizada em fevereiro deste ano.
Segundo o estudo, 73% seguem alguma empresa no Twitter e um em cada três afirma já ter dado preferência à compra de produtos ou serviços de empresas com participação na rede.
Em 2010, a pesquisa registrou um boom na adesão às mídias sociais, no Brasil, e na manifestação sobre empresas e produtos. No ano passado, mostrou a valorização da presença das marcas, desde que não fosse invasiva ou oportunista. Este ano, os consumidores aparecem mais conectados, dispostos a trocar ideias, conscientes de seu poder de influência e até mesmo dando preferência às empresas que estão na rede, diz Gerson Penha, diretor geral da JeffreyGroup.
Mais do que apenas divulgar os seus produtos, as empresas devem estar abertas ao diálogo. Segundo Suzel Figueiredo, diretora-presidente da Ideafix Estudos Institucionais, a interação e o bom atendimento ao cliente aparecem como itens que influenciam não apenas a aceitação das marcas, mas a própria decisão de compra. Enquanto promoções são apontadas por cerca de 30% como iniciativas que incentivam a compra de produtos e serviços, mais de 40% apontam como estímulo as ações de comunicação e relacionamento.
Entre os entrevistados, 94% têm a internet como principal fonte de informação. A maioria (58%) afirma passar mais de seis horas por dia conectada e 75% dizem que as mídias sociais são seu principal objetivo no acesso à internet.
As mídias sociais superam o uso de e-mail (68%), pesquisa (63%) e leitura de notícias (60%) como principais atividades na rede.
O Facebook lidera a preferência entre os canais de relacionamento (95%), seguido pelo Twitter (80%). Cerca de 30% participam de até três redes e 12% utilizam até nove.
A busca por informações sobre produtos em fóruns de discussão, redes sociais e blogs mostra que usuários formam opinião com base nas manifestações de outros consumidores, segundo o estudo. Comentários negativos compartilhados por consumidores na rede são apontados como o principal fator para a rejeição de marcas e produtos. 27% dos entrevistados criticam a comunicação invasiva ou apelativa por parte de algumas empresas e o uso das mídias sociais como mero canal de propaganda.
Entre os ouvidos pela pesquisa, 53% compartilhariam uma experiência pessoal para contribuir com a comunicação de uma marca que admiram. 96% concordam que a internet e as mídias sociais poderiam ajudar as empresas a encontrarem soluções inovadoras e 84% têm algum interesse em participar de desafios promovidos por empresas para encontrar soluções. Para 88%, o modelo de inovação aberta estimula a criatividade.
Como recompensa ideal para a participação em processos colaborativos, 72% apontam prêmios em dinheiro ou produtos, mas essa não é a única forma de reconhecimento bem aceita. Eles também valorizam o acesso ao conhecimento por meio de estágios, bolsas de estudo e viagens, que aparecem em 66% das citações.
O perfil do público ouvido pelo estudo reúne 78% de homens, sendo que 69% têm até 23 anos. Mais de 80% dos entrevistados estudam, 65% têm curso superior incompleto, 56% trabalham e 37% acumulam trabalho e estudo.Todas as regiões brasileiras estiveram representadas na amostra.