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Pesquisa

Campanhas 'assustadoras' não são eficazes no combate às drogas

06.08.13


Campanhas de conscientização contra drogas e tabagismo muitas vezes utilizam imagens "chocantes" com o objetivo de assustar as pessoas que fazem uso dessas substâncias.



Porém, um novo estudo indica que essa pode não ser uma tática eficaz para incentivar as pessoas a abandonar um vício.



A pesquisa, publicada na edição de julho do periódico International Journal of Public Health, também concluiu que os usuários dessas substâncias sabem mais sobre seus riscos do que as pessoas que optaram por não utilizá-las.



Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores da Universidade de Zurique e do Hospital Universitário Lausanne, ambos na Suíça, coletaram informações de 11.930 homens de, em média, 20 anos de idade, que se alistaram no exército suíço.



Os participantes responderam perguntas sobre consumo de álcool, tabaco e maconha, e sobre a frequência com a qual eles buscavam informações sobre os riscos à saúde oferecidos por tais substâncias.



Os resultados mostraram que pessoas que utilizam maconha pelo menos uma vez por semana são quatro vezes mais propensas a procurar informações sobre os riscos à saúde do que as pessoas que não fazem uso da droga.



Já fumantes e pessoas que bebem grandes quantidades de álcool são duas vezes mais propensos a procurar informações sobre os riscos relacionados a esses hábitos. 



Esses resultados indicam que as campanhas de prevenção precisam ser repensadas. Os autores do estudo acreditam que é possível que as consequências a longo prazo, como câncer de pulmão ou cirrose, pareçam tão distantes que não tenham impacto sobre as decisões imediatas dos usuários. Outra possibilidade seria o fato de alguns usuários acreditarem que o álcool ou a maconha apresentam mais benefícios que do que riscos.



Petra Dermota, psicóloga da Universidade de Zurique e coautora do estudo, afirma que, ao invés de tentar chocar e assustar, as campanhas antidrogas deveriam ser mais interativas e incentivar o pensamento crítico, a fim de realmente modificar as atitudes dos usuários.



As informações são da Veja.


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