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Conheça o multimídia que levou o Oscar de Melhor Documentário e fez as mais ácidas críticas a George Bush
Jornalista, cineasta, militante - e, até, para alguns, um comediante - o norte-americano Michael Moore é uma personalidade bastante conhecida nos EUA e cada vez mais reconhecida mundo afora. Ao conquistar o Oscar de Melhor Documentário, por "Bowling for Columbine", na noite de domingo, 23/03, Moore voltou a criticar ferozmente o presidente George Bush e a guerra contra o Iraque.
Aclamado em diversos festivais, em 2002 - entre eles o Festival de Cannes - "Bowling for Columbine" foi inspirado nos assassinatos cometidos, em 20 de abril de 1999, por dois adolescentes, em um colégio do Colorado, o Columbine High School. Pontuado pelo tom ácido, que é marca registrada de Moore, o documentário discute o comércio desenfreado de armas, dentro dos EUA, e a psicose de insegurança que assombra o país e é alimentada pelos meios de comunicação.
O filme, muito aplaudido pelo público, em Cannes, foi o primeiro documentário apresentado em competição desde que "O Mundo do Silêncio", de Jacques-Yves Cousteau e Louis Malle, levou a Palma em 1956, também antes de ganhar o Oscar.
Moore é bastante conhecido por dirigir seus canhões contra grandes multinacionais, seja em seu programa, na TV, ou nos documentários por ele realizados anteriormente. A General Motors foi o alvo 'number one', em "Roger et Moi", e a Nike levou a dela em "The Big One".
Em "...Columbine", Moore enfrenta a poderosa e violenta National Rifle Association (NRA) - considerada por muitos como a nova versão da Ku Klux Kan - e seu representante maior, o ator Charlton Heston, militante de extrema-direita.
Batendo recordes de bilheterias logo no primeiro fim-de-semana em que estreou nos EUA, o documentário parte da alarmante situação dos homicídios causados por armas de fogo no país, em virtude de 'incidentes' entre familiares, amigos ou conhecidos, ocorridos dentro de casa, na escola, no carro, etc: são mais de 11 mil vítimas por ano.
Nas demais nações do Primeiro Mundo, como Inglaterra, Canadá, Japão ou França, mortes causadas, anualmente, pela mesma causa, não passam de cem.
Os norte-americanos nunca andaram tão armados. Depois do 11 de Setembro, o consumo de armas subiu 70%. E, apesar de acreditarem estar investindo em segurança, matam-se, uns aos outros, cada vez mais.
Moore também levanta, no documentário, a tragédia da escola de Jonesboro onde, em 1998, quatro meninas e uma professora foram vítimas fatais da munição de dois estudantes. Outro exemplo abordado é o de um menino, de seis anos, que vitimou uma coleguinha de classe e tornou-se o mais jovem assassino do país. Matou-a em pleno jardim da infância, em um dos subúrbios de classe média americano, onde é mais do que normal os pais possuirem armas em casa e promoções oferecerem espingardas de brinde a clientes que abrem contas bancárias, por exemplo.
Moore é o criador da série de TV "The Awful Truth" e autor do livro "Stupid White Men", um manifesto bem-humorado contra Bush, lançado casualmente logo após o 11 de setembro, que ficou meses na lista dos mais vendidos nos EUA.
Ele mesmo definiu Columbine e os norte-americanos, em uma das edições de 2002 da revista Time: "Trata-se de um filme que indaga por que somos tão violentos uns com os outros e por que tendemos a exportar grande parte desta violência mundo afora. No mais, somos um povo bem bacana".
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