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Pesquisa

TPM afeta homens

29.07.08

O estudo “Tensão Pré-Menstrual: Perspectivas e Atitudes de Mulheres, Homens e Médicos Ginecologistas no Brasil” acaba de ser realizado pelo CEMICAMP (Centro de Pesquisas em Saúde Reprodutiva de Campinas), com o apoio da Bayer Schering Pharma.

A pesquisa revela que os homens são sensíveis aos sintomas de TPM das mulheres, mas que falta diálogo e conhecimento sobre como ajudar a companheira. Também demonstra o impacto da síndrome pré-menstrual na qualidade de vida da mulher.


O estudo ouviu cerca de 1,6 mil brasileiros. Dos 527 homens entrevistados, 84,1% afirmaram conhecer alguma mulher que sofre de TPM e 72,7% disseram viver ou já ter vivido com mulheres que têm TPM. Na opinião deles, a síndrome interfere de maneira significativa no relacionamento amoroso e nas relações familiares da mulher.

Apesar da facilidade em reconhecer os sintomas e o impacto destes na qualidade de vida das parceiras, o público masculino declarou não saber qual é a atitude mais adequada diante desta situação. 

Quanto às mulheres, os resultados mostram que a maioria - 80% do total de 1.053 entrevistadas - afirma que tem ou já teve TPM.

Para 78,9%, o parceiro (namorado ou marido) consegue perceber quando ela está na TPM. Destes, 11% ficam irritados e sem paciência, 39,4% saem de perto ou são indiferentes, enquanto 54,8% tentam entendê-la sem brigar.

”O público masculino se considera mais compreensivo do que as mulheres acham, pois 62,1% disseram que conseguem entendê-las nesse período”, diz o ginecologista Carlos Alberto Petta, coordenador da pesquisa e professor de Ginecologia da UNICAMP.


Enquanto 54,6% das mulheres disseram que os sintomas da TPM interferem no seu namoro ou casamento, esse índice sobe para 84,4% na opinião dos homens.

Apesar de aproximadamente 40% das mulheres afirmarem que o impacto acontece nas atividades da casa, no trabalho, nas atividades sociais ou nos relacionamentos familiares, os homens acreditam que essa influência é bem maior: 77% nos relacionamentos familiares, 72% no trabalho, 69,1% nas atividades sociais, 68,7% nas atividades de casa e 60,1% nos estudos.

“As opiniões divergentes demonstram que, mais do que imaginávamos, o público masculino sente ‘na pele’ os reflexos da TPM”, analisa Petta.


O impacto negativo da TPM parece acontecer com maior intensidade nas mulheres que apresentam, ao mesmo tempo, manifestações físicas e emocionais. Tanto é que, na comparação com aquelas que sentem apenas um tipo de sintoma, as com ambos os sintomas respondem pelo maior percentual de consultas médicas: 41,6% versus 15,4%. 

As principais estratégias mencionadas para lidar com as manifestações da TPM são conversas com outras mulheres, principalmente familiares e amigas, ou simplesmente “esperar passar”.

Apenas 35,7% mencionaram que conversam com o médico sobre o tema ou, em 28,7% dos casos, com o marido ou namorado. 

 O que a pesquisa mostrou


 •  A maioria das mulheres afirma que tem ou já teve TPM.


• As mulheres, embora reconheçam tanto manifestações físicas quanto emocionais, enfatizaram mais as primeiras, e os homens pareceram reconhecer mais as manifestações emocionais.


• A manifestação conjunta de sintomas físicos e emocionais responde pelo maior impacto na qualidade de vida da mulher, principalmente no âmbito dos relacionamentos afetivos e no trabalho.


• Apesar das queixas freqüentes, mais da metade das mulheres nunca procurou atendimento médico. As principais razões são a idéia de que a TPM é passageira, a dificuldade de acesso à consulta médica e a percepção de que não há abertura para falar com o médico.


• Mais da metade dos homens reconhecem os sintomas da TPM e se mostram dispostos a ajudar, mas não sabem como fazer isso.


• A TPM ainda é pouco abordada entre médicos e pacientes, assim como entre homens e mulheres.


Dos 1.580 entrevistados, a maior parte (77%) tinha idade entre 20 e 35 anos. Foram aplicados 1.053 questionários às mulheres e 527 à homens de diferentes classes sociais (A/B, C, D/E).

O trabalho também incluiu entrevistas semi-estruturadas com grupos de homens, mulheres e médicos ginecologistas.


O projeto abrangeu regiões brasileiras diferentes: Campinas, na região Sudeste, Canoas (Região Metropolitana de Porto Alegre) Porto Alegre na região Sul, Salvador e Camaçari (área Metropolitana de Salvador) na região Nordeste, Manaus na região Norte, Campo Grande na região Centro-Oeste, e Brasília.


 O impacto da TPM na opinião de homens e mulheres


Homens - %
Mulheres - %
 
Estudos
 60,1
 37,1
 
Atividades em casa
 68,7
 45,1
 
Trabalho
 72,0
 46,5
 
Atividades sociais
 69,1
 43,7
 
Relacionamentos familiares
 77,0
 48,7
 
Namoro ou casamento
 84,4
 54,6
 
A reação do parceiro (namorado, marido ou companheiro) frente aos sintomas da TPM da mulher, segundo a opinião de ambos os sexos.


 Homens - %
 Mulheres - %
 
Entende/ compreensivo/ respeita/ não briga
 62,1
 54,8
 
Sai de perto/ fica quieto/ não faz nada/ é indiferente
 30,6
 34,9
 
Fica bravo/ não tem paciência/ fica irritado/ muda de humor também/ brigam muito
 7,8
 11,0
 
Outra
 5,9
 6,2
 
Outras informações sobre o tema: www.aliviotpm.com.br


 

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