Acesso exclusivo para sócios corporativos

Ainda não é Sócio do Clube de Criação? Associe-se agora!
Acesso exclusivo para sócios corporativos
Ainda não é Sócio do Clube de Criação? Associe-se agora!
A categoria Film, segundo Alê Gama
Alexandre Gama, presidente e diretor de criação da Neogama/BBH, jurado brasileiro no Film Lions 2010, comenta a categoria com exclusividade para o Clubeonline.
Acho que o rolo de filmes premiados este ano tem um ótimo nivel. Principalmente considerando a crise mundial. As produções de branded content e outras aplicações em filmes mostram ideias muito inovadoras e apontam caminhos novos para o futuro do comercial na comunicação. Há categorias que decepcionaram, como a de Produtos de Limpeza, que teve apenas dois filmes no short list, mas há outras, como a de Snacks, que tiveram 23 finalistas e 7 Leões, no total. Uma das mais ricas e competitivas.
O Brasil infelizmente continua decrescendo qualitativamente e os filmes brasileiros este ano não fizeram novamente a sua parte, que é a de entrar para o shortlist com pontuação média aceitável, que permita disputar Leão. Pelo contrário, dos mais de 160 inscritos, apenas 6 chegaram ao shortlist, um deles inclusive tendo sido repescado.
No final, o Leão de Prata pode ser considerado uma vitória, pois foi o filme melhor pontuado do Brasil: 4,25. Os outros mal superaram os 3 pontos na escala de 1 a 9 de classificação e nunca estiveram entre os 10 primeiros de suas categorias.
Minha visão é a de que precisamos parar de olhar apenas para Press e Outdoor, como historicamente fazemos, para começar rapidamente a evoluir em filmes, a fim de não perdermos o TGV da história.
É claro que é mais fácil ganhar Leão de Cannes e prêmios em Press e Outdoor, mas ser forte apenas graficamente não é uma situação realista e que reflita o valor da comunicação do Brasil.
Basta lembrar que o maior investimento em comunicação no Brasil é em midia eletrônica, a mesma disciplina que vem tendo sempre o menor reconhecimento qualitativo em Cannes. Irônico, não?
O conservadorismo excessivo dos clientes e a ascensão das Classes C e D, que as empresas de maneira geral vêem como um fenômeno que demanda uma linguagem publicitária mais óbvia, são obstáculos reais.
Mas o mercado publicitário não pode simplesmente se conformar com essa dificuldade e buscar a saída criativa dos fundos. A de sempre. A mais fácil.
A linguagem cinematográfica é basica para o desenvolvimento da nova comunicação, toda baseada em story-telling, branded-content, interatividade e que é distribuída em múltiplas telas: do celular, da TV, do computador, da internet, do elevador etc.
Não evoluir e aprimorar a criatividade nessa linguagem, portanto, é ruim para o futuro da comunicação brasieira como um todo.
O nosso bom desempenho em algumas áreas não pode seguir mascarando o nosso atual raquitismo nessa área específica, que é chave".