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P.A. e Carrefour investem no produto
A fiscalização da sociedade civil sobre as condições de produção da carne, que, em muitos casos, envolve o desmatamento da Amazônia (para formação de pastos) e uso de trabalho escravo, está levando redes varejistas a investirem na chamada 'carne sustentável', produzida em condições menos agressivas ao ambiente e com respeito às leis trabalhistas.
Pão de Açúcar e Carrefour estão treinando seus fornecedores para que passem a adotar normas socioambientais em seus sistemas de produção de carne.
No caso do grupo Pão de Açúcar, fazendeiros passaram por um treinamento, por meio de parceria entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Instituto Ethos, que consumiu recursos de US$ 74 mil. O programa teve início em 2005.
Além de fomentar boas práticas nas fazendas, o programa teve foco no desenvolvimento da qualidade da carne, com rastreamento da produção.
Vagner Giomo, gerente de desenvolvimento de carnes do Pão de Açúcar, afirma que a melhora genética permitiu uma redução de 70% no teor de gordura da carne. Segundo ele, o próximo passo é fazer uma identificação mais clara da carne sustentável nas lojas.
As vendas de carne sustentável ainda estão engatinhando, mas já dão lucro. A linha faturou R$ 242 mil, e já cobriu custos com o treinamento dos fornecedores. A meta, até o final do ano, é triplicar a produção e colocar nas prateleiras linhas de carne suína e frango com esse perfil.
O Carrefour também adota critérios de qualidade e responsabilidade social no contrato com os fornecedores. O programa da rede varejista, batizado de Garantia de Origem, prevê acompanhamento e auditorias nas fazendas.
O contrato exige que as propriedades estejam à frente da legislação brasileira em itens como respeito às leis sanitárias, ambientais e trabalhista. Hoje, 40% da carne bovina comercializada pela rede tem o selo que identifica o programa. Além de carne, o programa engloba peixes e hortifrúti.
O engajamento das redes varejistas na busca por fornecedores "sustentáveis" é tema de campanha do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
De acordo com Lisa Gunn, gerente de informação do Idec, ainda é "ínfima a produção de carne nesses moldes, mas houve mudança na percepção das redes varejistas ", diz . "O desafio é fazer com que esses produtos saiam do nicho de mercado e estejam disponíveis para todos os tipos de consumidor."
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.