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Na Alemanha

Cadáveres em ato sexual, em exposição

06.05.09

O anatomista alemão Gunther von Hagens, conhecido pelo uso de cadáveres na concepção de obras de arte, voltou a provocar polêmica ao inaugurar em Berlim uma exposição sobre os vários estágios da vida humana, na qual está incluída uma cena de sexo.


Composta por mais de 200 cadáveres (submetidos ao processo de conservação desenvolvido por Von Hagens, chamado "plastinação"), a exposição "O Ciclo da Vida" retrata estágios da vida humana que vão do nascimento à velhice, usando cadáveres de recém-nascidos, adultos e pessoas idosas.


Mas foi a cena em que os corpos de um homem e de uma mulher são usados para simular uma cena de sexo que despertou críticas.


Dorothee Bär, especialista em Mídia do Partido Democrata-Cristão, da chanceler Angela Merkel, qualificou a cena como "uma falta de gosto repulsiva" e disse que "torce" para que o público boicote a exposição.


O professor de Teologia Rainer Kampling, da Universidade Livre de Berlim, afirmou que a simulação do ato sexual entre os corpos demonstra que "não há mais limites".


O anatomista rebateu críticas de que estaria promovendo a pornografia e rompendo códigos éticos.


"Nossa exposição se chama O Ciclo da Vida, e nela mostramos tudo, desde a concepção até a morte", afirma Von Hagens. "Morte e sexo são temas tabus. Eu coloco os dois juntos. A morte faz parte da vida, e sem sexo a vida não existe."


Von Hagens afirmou ainda que as pessoas cujos cadáveres foram utilizados na obra permitiram por escrito que seus corpos fossem expostos simulando um ato sexual.


O homem teria morrido aos 51 anos de câncer pulmonar, e a mulher, aos 58 anos. Os dois não se conheceram quando vivos.


"Nos formulários de doação, dois terços dos homens e um terço das mulheres concordaram que seus corpos fossem usados para representação de um ato sexual", disse.


Na exposição, os corpos são colocados em posições que reproduzem cenas de várias atividades humanas. Alguns praticam esportes como salto em altura, outros tocam instrumentos.


No processo de "plastinação", os cadáveres são tratados com cerca de 200 quilos de silicone, durante procedimento que levou mais de quatro mil horas para ser concluído. Os líquidos dos tecidos corporais são extraídos e substituídos por uma substância plástica especial.

A mostra ficará em cartaz na capital alemã até 30 de agosto.


Atualmente, outras exposições do projeto estão ocorrendo em Grã-Bretanha, Espanha, Israel e em duas cidades norte-americanas.


As informações são da BBC, leia aqui.

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