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ABPITV em manifesto pró cotas nacionais
A ABPIT (Associação Brasileira de Produtores Independentes de Televisão) entregou, nesta quarta-feira (02), durante encontro com deputados da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, em Brasília, manifesto favorável às cotas nacionais de produção independente em TV por assinatura.
O manifesto tem apoio do Intervozes, CBC, Fórum Nacional para Democratização da Comunicação (FNDC), Associação dos Produtores de Longas-Metragens de Brasília (Aprocine), Conselho Federal de Psicologia (CFP), Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC), Associação Nacional das Entidades de Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão (ANEATE) e Canal Cine Brasil TV.
Leia abaixo o conteúdo na íntegra:
"Manifesto Pró-Produção Independente nas cotas nacionais da TV por Assinatura
Tendo em vista a iminente divulgação do texto final da PL 29/2007, que fixa regras para o setor de TV por assinatura, e o debate que envolve a adoção de cotas nacionais de produção independente, os produtores independentes brasileiros de TV vêm a público reafirmar a importância dessa medida.
O que o projeto defende não é nenhuma novidade nos países da América do Norte ou da Europa. A fim de promover o livre mercado, os Estados Unidos criaram, na década de 70, as Financial Interest and Syndication Rules (Fyn-Syn). Os americanos entenderam que a televisão por já ter o direito de exibição - não podia ser produtora do conteúdo que era veiculado em sua grade, pois isso criaria uma concorrência desleal com as produtoras que não tivessem canais de exibição. Por isso o Fyn Syn limitou o número de horas de programas feitos in house que as redes poderiam veicular, garantiu ao produtor independente os direitos patrimoniais dos projetos realizados por ele e promoveu a regionalização do conteúdo. Foi feita uma distinção clara dos elos da cadeia produtiva impedindo sua verticalização ou a formação de cartéis. As regras do Fyn Syn vigoraram até o ano de 1995 quando - pelo fato de os agentes do mercado entenderem que ele já estava suficientemente maduro - o acordo não precisava mais ser renovado. Graças ao Fyn Syn, hoje mais de 70% do conteúdo qualificado da televisão americana é produzido por produtores independentes.
O modelo americano foi seguido por outros países, Canadá, França, Alemanha, Inglaterra, Austrália e depois por toda a Comunidade Européia. Em todos esses países foram criadas regras para estimular o mercado e a produção independente e regional. Ao redor do mundo, produtores independentes são responsáveis por grandes sucessos. Seriados como Lost, Friends, 24 Horas, Seinfeld, programas de auditório como Ophra, animações como Backyardigans, Bob o Construtor, programas semanais como Truques de Olivier, Minha Casa, sua Casa e documentários como Megaconstruções, Na Rota dos Dinossauros e Caçador de Crocodilos são exemplos.
Cada vez que um produtor independente apresenta a um canal um novo projeto de programas seriados, documentais, especiais, programas de linha, telefilmes, além de um novo conceito, ele contribui com um novo olhar, o que é bom para a cultura do país. E também vai em busca de uma parte dos recursos que vão possibilitar a realização. Isto é bom para a economia. É assim que se cria uma indústria. E se alguém achar que não temos condições de competir lá fora é bom lembrar que produções independentes brasileiras já ganharam o Emmy, o maior prêmio da TV americana, o Urso de Ouro em Berlim e até indicação para o Oscar.
Este manifesto é um alerta à nação. Caberá ao Congresso Nacional decidir se mantém os milhares de empreendedores independentes do audiovisual limitados à sua condição de estrangeiros em seu próprio país, disputando as sobras das produções independentes internacionais ou se os resgatam para dentro da cadeia produtiva da qual fazem parte.
- Pela cota de 10% de conteúdo nacional independente nos canais internacionais da TV por Assinatura.
- Por uma hora e meia diária e inédita de conteúdo nacional independente nos canais nacionais da TV por Assinatura."