Cannes 2004

Foi dada a largada. A 51a edição do Festival Internacional de Publicidade de Cannes começa em instantes.
No balneário, enquanto a entrada do Palais se mantém cerrada, um vento gelado corta a manhã e afugenta os banhistas.
Às 9h, enfim, as portas se abrem. Mas os veranistas continuam sem coragem para enfrentar areia e água frias.
Ano passado, o calor cortou a pele de quem passou por aqui. Sem pausa. Sem brisa. Dia e noite. Este ano refrescou.
Nas praias privadas dos grandes hotéis bandeiras do festival se debatem, sozinhas.
As gaivotas se esforçam, mas parece impossível manter qualquer controle sobre o rumo do vôo. Humilhadas, se deixam levar pelos sopros que as fazem voar...de lado!
Oops. Duas senhoras chegam à praia (no canto mais feinho, onde se pode usufruir sem ter de pagar). Oops. Elas fazem topless. Oopps. É péssima a cara dos transeuntes que decidem espiar o que a Riviera oferece, em termos de comissão de frente, naquele momento.
Engravatados percorrem, a passos largos, a Croisette.
Devem ser os tais anunciantes, que Roger Hatchuel tanto alardeou. Eles vieram mesmo, então?
Hora de entrar no Palais e iniciar a jornada.
Antes, um estrondo dolorido faz olhar para cima. Pobre gaivota. Bateu com tudo no mastro de um iate. Que vexame. Mas, disfarçou em tempo e seguiu viagem. Coisas do vento, em Cannes.