arrow_backVoltar

O espaço é seu

Chove em São Paulo

25.10.07

Nem óculos, nem aparelho no dente, restou-me o guarda-chuva.

Gosto de guarda-chuva. Do barulho de chuva no guarda-chuva. Sempre que posso, saio com ele. Geralmente quando chove. Gosto de guarda-chuva. Mais dos pretos que dos estampados.

Mais dos grandes que dos pequenos e dobráveis. Guarda-chuva,
assim como o reggae, tem de ser roots. Fica mais fácil não se apegar.

Discretos, os guarda-chuvas pretos vão sempre existir. Já os com estampa de melancia pode ser mais complicado de achar. Abrindo um guarda-chuva, sinto-me um caipira mais paulistano.

Dependendo do playlist, até mais inglês.

Meu guarda-chuva atual eu ganhei de presente. Ele tem cabo de couro em forma de gancho. Dá pra usar como bengala também. Espero não perdê-lo tão cedo.

Mas, se por acaso ele se perder em algum ponto de ônibus ou banco de cinema, desejo-lhe boa sorte. Que ele voe em paz para o universo paralelo dos guarda-chuvas. É pra lá que eles vão quando se perdem.

Como eu sei disso? Faça a conta. Quantos guarda-chuvas você perdeu na vida? Quantos você achou?


André Godoi - redator da Santa Clara

Comentários

Tabu - Você, no ponto do ônibus??? tabu@hotmail.com


Rodolfo Barreto - A placa da Arca de Nóe era de São Paulo. rodolfo.barreto@lov.com.br


Anna Ferri - Redator que sabe escrever texto tah cada vez mais raro hoje em dia. Parabéns, godoy!! annaferri02@gmail.com


Goncilio - Você me lembrou de uma viagem filosófica universitária. Eu ficava impressionado com a reação das pessoas quando começava a chover. Até hoje é assim: na primeira rajada de água, mesmo que em gotas finas, os encartes de lançamentos imobiliários lançam-se sobre a cabeça, principalmente das mulheres que fazem permanente, chapinha ou qualquer tipo de transformação adquirida nos cabeleireiros. Os executivos pulam freneticamente as poças d´água, tentando acertar aquele quadradinho de chão menos ensopado para salvar seus sapatos de verniz e os velhinhos se jogam sobre os carros a fim de alcançar a cobertura da padaria. Bom, realmente a parcela de prevenidos tem seus guarda-chuvas. Esses se movimentam com certo desdém no início do temporal, pois sabe que a solução para seus problemas está ao alcance de suas mãos. Muitos deixam algumas gotas caírem na lapela antes de - flap! - abrir as asas sobre suas cabeças. Mas e a chuva? E o sabor da chuva? Naquele tempo era só isso que me interessava e por isso o tamanho do meu susto. gon@perdigao.com.br


 Rui - Meu Deus, quem é você Goncilio (do comentário anterior)? Trabalha na Perdigão? vai escrever bem assim lá na China. Quero te contratar!!


Rita - Goncílio (do comentário) deu um banho, realmente. Escritor nato. Espero que vc use essa sua habilidade aí na Perdigão, caso contrário está perdendo tempo e dinheiro.


Papai - Quem elogiou esse texto deve ser parente do André. Se quiserem ler contos bem escritos, vão ler Luis Fernando Veríssimo. Pô, Clubeonline...


Beth - Gonça, você e o André realmente são duplinha boa. Ô lá em casa!


Hugo Karan - achei o texto muito bom, despretensioso. acho que não é o caso de comparar com o Veríssimo. cada um que aparece...


Filho - O "Papai" mandou bem...


karen Sturion - Parabens André Godoi pelo texto. E parabéns Clubleonline por finalmente dar sentido à palavra "Clube" no CCSP.


DAD - Não sei e é o caso de comparar com Verissimo ou ficar elogiando...é só mais um texto...essa do universo paralelo dos guarda chuvas ja é meio batida...mas o que vale mesmo é a iniciativa...do André e do Clube.


aracy de almeida - eh verdade. essa idéia do universo dos guarda chuvas jah fizeram antes em vladivostock - 1976.
 
Rui - ai que gente chata. deixa o andre se expressar. ele não é desse tempo da carochinha. nem a maior parte dos leitores fieis desse site é. que saco de patrulha. ainda mais patrulha idosa de mente.


Vany - É isso aí Rui.....a galera idosa escreve?? Cadê as iniciativas?? Valeu Djou.

O espaço é seu

/