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Quarta Mídia

R$ 60 milhões em publicidade para a TV pública, por ano

10.10.07

A TV pública, que deverá ter Medida Provisória do governo federal para sua criação publicada nesta quinta-feira, espera arrecadar R$ 60 milhões por ano em publicidade; evento em São Paulo desvendará TV 2.0; BBC vai demitir 2.800 na próxima semana


Publicidade na TV pública


A rede pública de televisão, que está em processo de criação pelo governo federal e deverá ser batizada como TV Brasil, espera contar com investimentos da ordem de R$ 60 milhões por ano em publicidade institucional e patrocínios, estes por meio de leis de incentivo à cultura. Além dos investimentos publicitários, a rede pública terá ainda verba anual de R$ 350 milhões oriunda do Orçamento da União. A jornalista Tereza Cruvinel irá presidir a nova televisão. A Media Provisória do governo que cria a TV pública deve ser editada nesta quinta-feira, dia 11. Enquanto a futura TV Brasil receberá R$ 350 milhões anualmente da União, a TV pública do Reino Unido, a BBC, tem verba anual equivalente a R$ 11 bilhões. Mas lá há um imposto exclusivo para gerar esses recursos (veja nota mais abaixo).


TV 2.0 tem evento em SP 1


Será realizado em São Paulo nos dias 30 e 31 de outubro o Congresso TV 2.0. Promovido pelas revistas Teletime e Tela Viva, da Converge Comunicações, o evento irá discutir como a interatividade já começa a interferir no dia-a-dia da televisão brasileira. É chamada TV 2.0 aquela cujo conteúdo é formado com colaborações dos telespectadores, como acontece em alguns exemplos, como no caso da FizTV, lançada recentemente pelo Grupo Abril. O patrocínio do congresso é de Terra, Brasil Telecom, Tim e Uol.


TV 2.0 tem evento em SP 2


A pauta do Congresso TV 2.0 inclui discussões sobre novas formas de fazer e assistir televisão, modelos de negócios, tecnologias e linguagens, plataformas e novos ambientes regulatórios. Os temas a serem abordados são “TV digital e interativa”, “Vídeo-on-demand e pay-per-view”, “Conteúdos colaborativos e conteúdos gerados pelos usuários”, “IPTV, wideband e plataformas de distribuição de TV na Internet”, “TV móvel e TV no celular”, “Novos formatos publicitários, audiências segmentadas e novas receitas”, e “Novas linguagens e formatos”. Para mais informações ou inscrição, acesse o site www.convergecom.com.br/eventos.


SBT e Band no exterior


O Mipcom, evento internacional de conteúdo audiovisual que acontece nesta semana em Cannes, na França, conta com uma empresa distribuindo para interessados do mundo inteiro conteúdo produzido pelo SBT e pela TV Bandeirantes. Ambos os canais não têm atuação internacional muito forte e, no Mipcom, tem algumas de suas atrações oferecidas pela Sato Co., empresa de Nelson Sato que ficou conhecida no mercado brasileiro por vender conteúdo japonês para nossas emissoras. Entre as ofertas da Sato em Cannes estão novelas do SBT produzidas anteriormente ao acordo da emissora de Silvio Santos com a mexicana Televisa (como Ossos do Barão e O Direito de Nascer). Da Band são oferecidos documentários e musicais, entre outras atrações.   


Dez anos entre Brasil e Japão


A revista Made in Japan, da JBC Editora, completou nesta semana dez anos de circulação com um evento realizado em São Paulo. Voltada para o público nikkei (de brasileiros descendentes de japoneses), que atualmente soma 1,5 milhão de pessoas no Brasil e 250 mil no Japão, a publicação é editada simultaneamente aqui e lá. Tem periodicidade mensal e circulação de 50 mil exemplares no Brasil e outros 20 mil exemplares no Japão. Os editores garantem que o título chega às bancas e é distribuído aos assinantes exatamente no mesmo dia nos dois países. A edição número 120, que celebra os dez anos, tem entre seus principais anunciantes Banco Real, Itaú, Banco do Brasil e Toyota,


Deslize virtual 1


Um deslize do deputado Paulo Renato Souza, do PSDB paulista, pode se tornar o ato mais constrangedor da carreira do político até o momento. Ele já foi ministro da educação do Brasil no governo FHC, entre 1995 e 2002, e hoje atua também como consultor empresarial. O parlamentar escreve semanalmente artigo para o jornal Folha de S. Paulo. O próximo texto de sua autoria a ser publicado, que ainda encontra-se inédito, foi encaminhado aos editores do diário nesta semana. Mas, sem que Paulo Renato percebesse, o corpo da mensagem apresentava uma troca de emails anterior, na qual o ex-ministro falava com o presidente do Bradesco, Marcos Cypriano: “Em anexo, vai o artigo revisto. Procurei colocá-lo dentro dos limites do espaço da Folha. Por favor, veja se você concorda, ou tem alguma observação. Muito Obrigado, Paulo Renato Souza.”. 


Deslize virtual 2


Entrevistado pela Folha, Cypriano disse que Paulo Renato havia telefonado e pedido que lesse o artigo que havia escrito sobre bancos, pois tinha o receio de conter eventuais erros. “Eu disse que podia ler e ele mandou o artigo. Muito bem escrito, por sinal”, disse Cypriano, em reportagem sobre o assunto publicada nesta quarta-feira, 10, pela própria Folha de S. Paulo. O texto em questão tem o título “Tentáculos da reestatização”. O autor do texto disse à Folha que apenas procurou uma opinião técnica sobre o assunto abordado em seu texto e afirmou que sua empresa de consultoria não mantém qualquer contrato de prestação de serviços para o Bradesco. Pode ser, mas que a “pisada na bola” foi extremamente constrangedora para Paulo Renato, isso foi.


2.800 demissões na BBC 1


Cerca de 2,8 mil dos atuais 23 mil funcionários serão demitidos na próxima semana pela BBC, rede estatal britânica de comunicação que controla canais de televisão – como o BBC1 e o BBC2 – e emissoras de rádio. Este é segundo corte de funcionários em dois anos e meio, pois em março de 2005 3.780 profissionais foram cortados dos quadros da empresa. O diretor-geral da BBC, Mark Thompson, afirmou  ao jornal Finacial Times que precisa reduzir em 6% os custos da empresa, cujo orçamento anual é de aproximadamente 3 bilhões de libras (ou 11 bilhões de reais).


2.800 demissões na BBC 2


As demissões serão efetuadas, segundo Thompson, porque a BBC terá reduzido em 2 bilhões de libras por ano a verba que planejava aplicar nos próximos cinco anos. Essa redução ocorre porque no Reino Unido existe um imposto chamado TV Licence, ou seja, uma taxa anual que é paga pelos contribuintes pela utilização de aparelhos de televisão. Essa taxa é de 135,50 libras por ano e não foi reajustada pela inflação, conforme era esperado.



Por Marcelo Affini – quartamidia@ccsp.com.br

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