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D&AD 2007

Sergio Mugnaini nos conta como foi

16.04.07

"Na semana retrasada, participei do D&AD em Londres, como jurado da categoria Websites. Fiquei imaginando que seria ótimo se todos soubessem como acontece este festival. A primeira coisa que notei foi que a organização é pra lá de inglesa, existe uma equipe pra tudo que se possa imaginar, ou seja, tudo é milimetricamente pensado.


Bom, antes do julgamento começar, Tony Davidson, presidente do D&AD, fez o seu discurso, no qual ele ressaltava o conceito do festival: 'For excellence, for education, for enterprise and Not for profit' . E o interessante é que o papo é sério. Por exemplo, a Apple inscreve os seus produtos na categoria design, o que responde muito bem ao quesito excelência.


Quanto à educação, o fato chega a ser lógico. A coisa mais importante é que os jurados coloquem o melhor trabalho do ano no livro para que as próximas gerações aprendam e continuem inovando. Um fato curioso: o tempo todo existia um estudante dentro da sala do júri, quietinho, no canto, vendo como os jurados avaliavam, brigavam e votavam. Os cinco melhores alunos tinham sido selecionados nas melhores universidades do pais. Será que não dá pra gente fazer isso no Brasil, nas eleições do CCSP?


Eu estava no júri de websites e foi difícil avaliar os trabalhos brasileiros, pois tivemos somente 4 trabalhos pré-selecionados em meio a um total de um pouco mais de 1.000. Todos os trabalhos haviam passado por um shortlist a fim de diminuir o número de peças a serem julgadas no festival.
Os jurados presentes avaliaram os trabalhos nas categorias gerais e alguns outros em uma categoria específica (craft category).


O julgamento teve alguns pontos interessantes. Havia um único computador acoplado a um telão. Em frente a este telão, estavam os 15 jurados que viam ao mesmo tempo cada peça, ou melhor, todas as peças foram apresentadas para todos da mesma forma. A cada sessão, um jurado era selecionado para navegar.
Usamos uma espécie de game boy sincronizado pela Beam.tv http://beam.tv/ e, por meio dele, votávamos YES ou NO. Foi uma experiência curiosa,, mas não muito bem-sucedida, pois perdemos muito tempo.


Tivemos ao todo oito steps durante os dois dias de julgamento. Toda a peça votada como shortlist voltava para a sala novamente e, para a minha surpresa, estas peças eram reavaliadas uma a uma. Se o júri achasse necessário, ela voltava novamente para uma terceira votação. Ou seja: o trabalho que é selecionado para o livro é o que o júri julga realmente o melhor trabalho. Nada entra por sorte.


No final, dei uma olhada nos trabalhos selecionados para concorrer aos lápis e ficou visivelmente claro que o júri fez a melhor seleção: trabalhos maravilhosos foram premiados em suas devidas categorias.

Fazendo um paralelo com a nossa produção, o Brasil ainda está longe para uma premiação de um website pela direção de arte, fotografia, roteiro ou som. A visão ainda é muito mais generalizada, muito mais superficial.


Se para mim foi uma experiência muito rica, imagine quanto aprendeu o estudante, aquele inglês que estava junto com a gente durante todo o processo"?


Sergio Mugnaini, diretor de criação da AlmapBBDO e um de nossos jurados no D&AD 2007


Leia anterior sobre o D&AD aqui.
 
Comentários

L.joaquim - Puta idéia loca! o CCSP podia mesmo pensar seriamente em selecionar estudantes, para acompanharem a ecolha das peças do anuário. lugzalux@hotmail.com


 
  


 

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