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CPMI das Fake News

Relatório aponta + de 2 milhões de anúncios em sites 'inadequados'

03.06.20

A CPMI das Fake News divulgou nesta terça-feira, 02, um relatório elaborado por consultores legislativos que indica que a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) pagou veiculação de 2,065 milhões de anúncios em sites, aplicativos e canais de YouTube de conteúdo considerado inadequado por essa equipe, conforme reportagem de O Globo. O levantamento aponta que, desse total, 653.378 anúncios foram veiculados em 47 sites que os consultores classificaram como sendo de notícias falsas.

Os dados que servem de base para o documento foram obtidos por meio da Lei de Acesso a Informação. A CPMI solicitou informações do período entre janeiro e novembro de 2019, porém, segundo o relatório, a Secom forneceu apenas dados referentes a 38 dias (6 de junho a 13 de julho do ano passado).

A comissão apontou ainda que, na compra de mídia feita nesse período, estão  741 canais do YouTube que foram removidos pelo Google por descumprimento de regras. Há ainda 12 sites focados em jogos de azar, sete que fazem ofertas de investimentos ilegais e quatro com conteúdo pornográfico.

A reportagem de O Globo está aqui.

Em maio, o TCU pediu investigação sobre destino e aplicação de verbas utilizadas para divulgar a Nova Previdência, em comunicação veiculada em 2019. Dias antes, o jornal Folha de S.Paulo havia revelado planilhas da Secom mostrando que parte da campanha teve distribuição para sites de fake news, de jogo do bicho e em canais no YouTube que fazem promoção pessoal do presidente da república (veja mais aqui).

Google

Dono das plataformas Adwords e Adsense, utilizadas pela Secom para distribuição de anúncios, o Google enviou comunicado a respeito dos sites classificados como inadequados pelo relatório da CPMI.

"O Google tem ajudado parceiros do setor privado e do setor público a usar a publicidade digital para levar suas mensagens a milhões de brasileiros de modo eficiente, com escala e alcance.

Temos políticas contra conteúdo enganoso em nossas plataformas e trabalhamos para destacar conteúdo de fontes confiáveis. Agimos rapidamente quando identificamos ou recebemos denúncia de que um site ou vídeo viola nossas políticas.

Entendemos que os anunciantes podem não desejar seus anúncios atrelados a determinados conteúdos, mesmo quando eles não violam nossas políticas, e nossas plataformas oferecem controles robustos que permitem o bloqueio de categorias de assuntos e sites específicos, além de gerarem relatórios em tempo real sobre onde os anúncios foram exibidos.

Cientes do dinamismo do ecossistema digital, também trabalhamos no aperfeiçoamento de nossas plataformas para oferecer os melhores resultados possíveis para nossos parceiros. Preservar a confiança no ambiente de publicidade digital é uma prioridade.

Agimos diariamente para minimizar conteúdos que violam nossas políticas e impedir a ação de pessoas mal-intencionadas em nossa rede. Somente em 2019, conforme nosso mais recente relatório de transparência, encerramos mais de 1,2 milhão de contas de publishers e retiramos anúncios de mais de 21 milhões de páginas, que faziam parte de nossa rede, por violação de políticas."

CPMI das Fake News

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