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Mudanças no trabalho II

Decisões das agências para 2021 a partir das lições de 2020

07.01.21

Desde que a quarentena foi decretada no país, quase dez meses atrás (24 de março), empresas de diferentes setores foram obrigadas a mudar a forma de trabalhar. No mercado de comunicação, após um longo período de home office - e com a maior flexibilização nas medidas de controle da pandemia -, algumas agências permitiram que seus funcionários retornassem aos escritórios, mas respeitando um limite de pessoas no espaço.

Combinar o home office com o trabalho na agência é um modelo que deve ser mantido, mesmo após a disponibilidade de vacinas para todos os brasileiros. É o que demonstram algumas das agências que responderam ao Clubeonline, em consulta ao mercado sobre as decisões tomadas para o trabalho em 2021. Outras soluções incluem criar áreas externas e seguras para quem optar por ir ao escritório ou contratar consultorias para redefinir a forma como se atua mesmo dentro de casa.

A reportagem buscou saber das agências:
- Que lições de 2020 geraram mudanças para 2021? Home office se mantém? O RH adotará novas diretrizes?
- A agência sofreu alguma mudança? Espaços foram redefinidos para receber os colaboradores de volta? Áreas foram criadas? Desenhos do ambiente foram refeitos?

Parte das respostas dadas pelas agências segue abaixo. Na quarta-feira 06, publicamos a primeira rodada, com participações de Ampfy, Artplan, BETC/ Havas, FCB, Live e Ogilvy (leia aqui).

AFRICA

- O que as lições de 2020 geraram de mudanças para 2021? Como ficou o home office?

Muitas organizações estão aprendendo muito com o advento da pandemia. Nossa prioridade nº1 é com a segurança, a saúde e a liberdade de todos. Por isso, somente depois de entender as condições de risco de cada funcionário, por meio de pesquisas internas, disponibilizamos o escritório aos colaboradores que desejavam voltar a trabalhar da agência a partir de setembro. Hoje, o quadro que comparece à agência não ultrapassa 20%. Estamos seguindo todos os protocolos de segurança e higiene exigidos pelo Grupo Omnicom e pela OMS. Os colaboradores estão reservando seus lugares no escritório com antecedência por meio de um aplicativo. Para o restante do time que não sente se confortável (com isso), ou que pertence ao grupo de risco, ou ainda mora com pessoas do grupo de risco, o home office continua. Foi criado um comitê com pessoas de times diferentes, que tem como objetivo fiscalizar todas as ações. Estamos sempre atualizados com as recomendações governamentais para tomar todas as decisões de abertura, fechamento e segurança na agência.

- A agência sofreu mudanças no ambiente? Teve áreas criadas?

Desenvolvemos uma nova dinâmica de trabalho pautada pela liberdade de nossos colaboradores. Afinal, liberdade, flexibilidade e poder de escolha são insumos importantes para um ambiente mais criativo. Pensando nisso criamos o Africa Home e Studios onde, em um contexto de pós-pandemia, as pessoas poderão escolher entre trabalhar da agência ou de forma remota - seja em casa, em cafés ou até outras cidades e países. Para viabilizar essa dinâmica, contratamos uma consultoria especializada em home office que está reformulando todo nosso Código de Conduta e nossas políticas. Atualmente, para aqueles que se interessam em trabalhar fisicamente na Africa, o escritório foi adaptado e está seguindo todos os protocolos de sinalização e distanciamento social necessários. Para viabilizar todo esse processo também contamos com o trabalho de uma médica infectologista responsável por validar desde os cartazes internos e layout da agência até o manual de segurança em vigor.

Camila Fidelis, gerente de gestão de pessoas




BOLD

- O que as lições de 2020 geraram de mudanças para 2021? Como ficou o home office?

Se tem uma coisa que a pandemia trouxe nesses 9 meses de isolamento social foi a experiência de repensar crenças e prioridades. Para a Bold, não foi diferente. Mais do que repensar, o board da agência decidiu que era fundamental ouvir seus clientes e colaboradores para entender como eles estavam lidando e enxergando o trabalho remoto. Foi criada então uma extensa pesquisa de clima e, embora 70% dos funcionários tenham respondido estarem adaptados ao home office, foi constatado que 100% deles estavam sentindo falta da convivência, de estarem próximos das pessoas, trocar ideias e ver os amigos.
De forma resumida, as lições foram muitas em 2020. O trabalho remoto funciona, é possível manter a produtividade e até mesmo estabelecer uma proximidade e cumplicidade maior com os clientes. Mas acho que o grande aprendizado diz respeito à forma como as pessoas reagem diante de situações adversas como as que estamos passando. Temos de olhar para isso com mais empatia e tentar entender como a empresa – sem ultrapassar o seu papel de empregadora e invadir a privacidade de cada um - pode contribuir para o bem-estar de seu time.

- A agência sofreu mudanças no ambiente? Teve áreas criadas?

Mudamos radicalmente. Em menos de meio ano, criamos e implementamos o conceito do Home&Office, uma mudança de paradigma e de mentalidade da Bold. Ela acaba de abrir para seus funcionários as portas da Casa Bold, um espaço permanente e híbrido que pode servir tanto como local de trabalho, como pode ser um espaço de convivência, relacionamento e descanso. É uma verdadeira extensão da casa das pessoas. Os espaços não têm dono. Com exceção do financeiro, cada um senta onde quiser. No jardim, inclusive. Fizemos questão de criar espaços ao ar livre com wifi potente para que as pessoas trabalhem com mais segurança, ouvindo o barulho dos passarinhos e comendo uma jabuticaba do pé. Além disso, teremos bikes para uma voltinha pela ciclovia e horta comunitária. Por enquanto, claro, a ida à casa é opcional e estamos tomando todas as medidas de segurança necessárias para quem optar por ir, mas um trabalho que está sendo realizado com a consultoria Mestre GP vai determinar em que situações as pessoas precisam estar fisicamente juntas no futuro. Valendo para depois da vacina.

Gabriela Hunnicutt, CEO e fundadora




CP+B

- O que as lições de 2020 geraram de mudanças para 2021? Como ficou o home office?

Uma coisa é certa: em consequência da pandemia estamos evoluindo como seres humanos em muitos aspectos. Temos aprendido a ter mais paciência, resiliência, persistência, exercitar a fé, empatia etc. Todos estes aprendizados se aplicam ao trabalho e definitivamente serão uma constante daqui para a frente. Mas acredito que as principais mudanças em 2021 se darão pela cumplicidade e a capacidade de produzir trabalhos colaborativos. Parcerias se fortaleceram e, mesmo com tantas adversidades, trabalhos incríveis foram produzidos nos últimos meses. O home office se mantém para a CP+B porque entendemos que o risco de exposição ainda é muito alto. Mas estamos muito otimistas com a chegada das vacinas.

- A agência sofreu mudanças no ambiente? Teve áreas criadas?

Estamos preparando nossa sede seguindo todos os protocolos mais atuais para receber a equipe com segurança quando isto for adequado. Mas agiremos de acordo com as diretrizes das autoridades e só voltaremos para a sede quando tivermos a certeza de que não estaremos colocando nosso time em risco.

Vinicius Reis, CEO




PUBLICIS

- O que as lições de 2020 geraram de mudanças para 2021? Como ficou o home office?

Aprendemos em 2020 que podemos flexibilizar modelos de trabalho de formas que pareciam ainda distantes, trazendo ganhos para nossas equipes e sem prejuízo nas entregas. Estamos estudando como isso impactará as políticas de Gestão de Pessoas do Publicis Groupe no Brasil e o futuro do trabalho em si no mundo pós-pandemia, mas sabemos que o nosso formato de funcionamento e de nossos escritórios não serão mais como antes. Enquanto ainda estamos em meio à pandemia, nossas decisões serão tomadas sempre priorizando a saúde, o bem-estar e a segurança de nossos times. Alinhados a essas diretrizes, avaliamos que a melhor opção neste momento segue sendo manter as nossas agências fechadas. Mas uma série de estudos sobre novos formatos já estão em andamento com base em todos os aprendizados que tiramos de 2020.

Fernanda Coelho, Chief Talent Officer




TALENT MARCEL

- O que as lições de 2020 geraram de mudanças para 2021? Como ficou o home office?

Tivemos muitas quebras de barreira. A física, principalmente. Estar longe e tocar todo o trabalho online com o time todo remoto foi novidade para muitas empresas e dentro da Talent não foi diferente. A surpresa maior – e mais positiva – foi o alto nível de comprometimento do time, que passou a atuar num novo modelo de trabalho da noite para o dia. Percebemos uma equipe muito unida, parceira e com muito suporte entre as áreas. Adotamos o Teletrabalho (assim como todo o Grupo Publicis) desde o início da pandemia, em março. Mas, como os tempos ainda estão muito incertos, não temos nenhuma diretriz definida, por enquanto. Estamos avaliando como será a partir de janeiro.

- A agência sofreu mudanças no ambiente? Teve áreas criadas?

A agência está intacta. Não mudamos nada. A única coisa que mudou foi o “silêncio ensurdecedor”, que surpreende quem precisa ir pontualmente para a sede resolver ou pegar uma coisa ou outra...

Michelle Mica, diretora de Talent Management

 

Lena Castellón

Mudanças no trabalho II

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