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Mudanças no consumo

Quanto a pandemia transformou padrões

09.02.21

O Itaú Unibanco divulgou nesta terça-feira, 09, o primeiro relatório Análise de Comportamento de Consumo, um estudo organizado pela diretoria de estratégia e engenharia de dados em parceria com a área de pagamentos. Agora, a cada trimestre a instituição irá apresentar o resultado da análise dos números relativos às compras feitas com cartões de crédito e débito emitidos pelo banco.

O estudo que abre a série, porém, fez um mergulho sobre dados do ano inteiro de 2020, com resultados que projetam tendências para 2021, caso do uso do pagamento com tecnologia de aproximação (NFC), que teve um crescimento de 325% de 2019 para 2020.

Ele deve perdurar após a pandemia”, afirmou Moisés Nascimento, diretor de estratégia e engenharia de dados do Itaú Unibanco. Antes do isolamento, os pagamentos por aproximação vinham crescendo a uma taxa média mensal de 2,3%.

Entre os setores, um dos grandes destaques foi o de materiais de construção, que tiveram crescimento significativo (29,8%) porque as pessoas, trancadas em casa, resolveram investir em melhorais no ambiente e também no home office. Na outra ponta, o turismo amargou os piores resultados, com queda de 43,8%.

O relatório identifica de que forma a covid-19 e o isolamento social alteraram hábitos e padrões de compra em todo o Brasil, fazendo um retrato do movimento do comércio no ano.

Veja alguns resultados abaixo e nos infográficos:

- Valores transacionados – Entre janeiro e fevereiro, notava-se crescimento de vendas no comércio (mais de 16% ao mês na comparação com os mesmos meses de 2019). Mas isso foi interrompido no final de março, quando começou o isolamento social. O maior impacto foi sentido em abril, com queda de 22,4% nos valores transacionados. O consumo começou a se recuperar a partir do 3º trimestre. O faturamento de 2020 fechou apenas 3,2% maior que o de 2019. O movimento foi puxado pelos setores Atacadistas; de Materiais de Construção; Mercados; e Drogarias/Cosméticos. Entre os segmentos que se destacam pela perda de valores transacionados estão Turismo; Vestuário; Cultura, Esportes e Entretenimento; e Educação.

- Varejo - As vendas no varejo físico fecharam o ano empatadas com as de 2019, com o movimento do segundo semestre compensando as perdas do primeiro. Já o e-commerce transacionou 19,4% mais que no ano anterior, com crescimento mais acelerado em Restaurantes; Atacadistas; e Materiais de Construção. Ao final de 2020 os meios digitais já respondiam por 18,9% do total transacionado pelo varejo, contra 16,3% um ano antes.

- Compras - O valor do gasto médio por transação no comércio cresceu 6,9% em relação a 2019. O crescimento foi mais acentuado entre os consumidores de maior poder aquisitivo e é explicado pelas mudanças de comportamento provocadas pela pandemia: para evitar saídas constantes de casa ou gastos extras com frete nas entregas em domicílio, o consumidor preferiu reduzir a frequência de compras, elevando o tíquete médio de cada transação. Também optou em pagar os bens adquiridos em mais parcelas.

- Perfis de consumo/ Gênero - Mais da metade (50,4%) das compras online foram feitas por mulheres, com gastos expressivos nos setores de Vestuário, Drogarias e Atacadista. Os homens tiveram participação levemente menor nas compras em canais digitais, mas seu gasto médio por transação é 23,9% maior que o das mulheres. As compras em Atacadistas; de Eletrônicos; e itens e serviços de Saúde foram as que puxaram o crescimento do tíquete médio deles.

- Perfis de consumo/ Faixa etária – Consumidores da geração X (nascidos entre 1965 e 1984) foram os que mais gastaram em 2020 (maior valor transacionado entre as gerações), tanto em compras online quanto presenciais. Já a geração Y (1985-1999) foi a que mais aumentou seu tíquete médio em relação ao ano anterior.

- Novos padrões e hobbies - Gastos com transporte urbano e com turismo caíram respectivamente 38,6% e 43,8%, na comparação com 2019. Isso porque as pessoas passaram mais tempo em casa. Devido ao confinamento, os consumidores investiram mais em suas residências. O valor gasto com Móveis de Escritório cresceu 39%. Com produtos para Jardinagem e de Floricultura, o aumento foi de 29,8%. Também se destacaram as vendas de produtos para pets e serviços veterinários, com alta de 13,2%. Com o fechamento de academias (que tiveram queda no faturamento de mais de 30% no ano), os consumidores tiveram de buscar alternativas para se exercitarem. As vendas de bicicletas cresceram 54,4% em faturamento, e as de equipamentos de streaming, livros, games e instrumentos musicais, 40,4%.

Mudanças no consumo

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