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Festival do Clube 2021

Como dar cor e forma ao espaço vazio

21.09.21

Discutir a cultura do grafite e as intervenções artísticas urbanas é uma das propostas do Festival do Clube de Criação, que acontece nestas quarta e quinta, com transmissão no Globoplay. O painel “Grafite, sim, porque espaço em branco é lugar sem propósito”, que ocorre logo no primeiro dia, reúne um grande time para aprofundar o tema.

Com mediação da arte-educadora Lari Umeri e de Bruno Brux, diretor executivo de criação da GUT, a sessão conta com os artistas Mazola Marcnou, Negritoo, Binho Ribeiro e Clara Leff, alguns dos mais celebrados talentos na ressignificação dos espaços vazios. O painel será nesta quarta, 22, às 11h45, na sala Estrela.

Lari explica que a tradição da contracultura permanece presente em muitas dessas manifestações, na forma de protesto, em locais proibidos ou autorizados. Ela faz, no entanto, um contraponto. “Diversos artistas já encontraram maneiras de profissionalizar sua arte e vivem dessas criações, seja por venda de obras em exposições, desenvolvimento de painéis sob encomenda, produção de murais comerciais ou participação em projetos com patrocínio por leis de incentivo, além de oficinas e cursos”, revela.

Artista empenhada em expor a diversidade de forma colorida e alegre, Lari é formada em Gestão de Projetos com pós-graduação em Liderança. Segundo ela, a arte urbana está em processo de evolução e se adapta aos novos tempos, da realidade virtual às transações em criptomoedas – na quinta-feira (23) o tema estará em discussão no painel “NFT: criptoarte com garantia de autoria no universo digital”.

De fato, empresas e autoridades públicas já se dispõem a apoiar iniciativas pictóricas de transformação de ambientes, em áreas internas e externas. Essa evolução beneficia magos das cores e formas como Negritoo, 46 anos, que carrega no RG o nome de Walney Martins. Esse morador do tradicional bairro da Mooca não abandonou as intervenções em espaços públicos, mas tem sido capaz de acumular receitas com trabalhos para empresas como Nestlé, Uber, BTG Pactual e Itaú.

Sigo preenchendo os vazios da cidade, mas vejo que as empresas e o poder público já perceberam que podem também contar com os benefícios estéticos e educativos de nossas obras”, explica Negritoo. “O grafite já foi visto como marginal, mas essa visão felizmente está se modificando”, considera.

Aos 24 anos, Clara Leff já tem um respeitável portfólio na grafitagem, com obras impactantes, com refinados efeitos de claro e escuro, em que a cor ressalta, sobretudo, figuras femininas. “O muralismo tem um papel importante, quando você sai de casa e vai pintar um espaço de rua, com as suas tintas, mesmo sem ganhar um tostão”, diz ela. “Por mais que eu trabalhe com isso, sempre que posso produzo painéis que dou de presente a São Paulo”.

Clara acredita que essa forma de intervenção deve levar significado a todos os espaços possíveis, das mansões às periferias. “Creio que é uma forma de resistência, que é o fundamento, por exemplo, da cultura do hip-hop”, afirma. “Hoje, trabalho com marcas, com a publicidade, mas meu rolê no espaço público continua”. Suas maiores inspirações criativas ainda vêm da experiência da rua.

Binho  é outro nome conhecidíssimo do mundo do grafite, já que se expressa nos muros desde 1984, primórdios do movimento no Brasil. Foi influenciado pela arte dos guetos de Nova York, especialmente dentre os grupos de hip hop, skate e break.

Com o aprimoramento técnico e sua profissionalização, Binho conquistou outros espaços, com obras nas ruas e em galerias de lugares como Tóquio, Los Angeles, Nova York, Paris, Turim, Rochester, Cape Town, Hong Kong, Pequim, Amsterdã, Bruxelas, Beirute, Santiago, Buenos Aires, Osaka e Accra. Também há trabalhos seus em praticamente todos os estados brasileiros.

Já entre os jovens talentos figura Marcelo Valentim Marinho Alves, ou Mazola Marcnou. Morador da zona sul de São Paulo, ele começou a fazer grafite aos 16 anos (tem 22). Ele define seu estilo como "Graffiti Realismo", com o qual reproduz fotos de pessoas, sejam da família ou do meio artístico. Para ele, o "rosto humano é a maior fonte de expressão do mundo". Mazola participou de alguns dos mais famosos eventos da arte urbana no Brasil como Metting Of Styles, Street Of Styles, Btc, Quarteirão das artes e a 4ªBienal Internacional Graffiti Fine Art.

São histórias que mostram como o grafite - ou graffiti, como eles preferem - vem ampliando seu espaço no mundo das artes e conquistando mais admiradores. "Antes do grafite as pessoas só viam arte em galerias e museus. Antes dele arte era pra poucos. É por isso que grafite é o maior movimento artístico da história da humanidade", pontua Bruno Brux. "Grafite é a democratização. É inclusão. É revolução", completa.

Para participar da 9ª edição do Festival do Clube – que é gratuita –, é preciso fazer inscrição na plataforma da Sympla – aqui.

Garanta seu lugar.

Acesse aqui para conferir a programação.

Serviço
Festival do Clube de Criação
Quando22 e 23 de Setembro de 2021
OndeGloboplay
InscriçõesSympla
Hosted byClube de Criação
www.clubedecriacao.com.br
Fone: 55 11 3034 3021
Whatsapp: 11-93704-2881

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