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Música e marcas: o valor do processo criativo e da emoção legítima
Com ritmo e melodia, um quinteto de privilegiadas mentes sonoras discutiu “O poder da música nas marcas”, a partir das provocações do mediador Max de Castro, conceituado compositor e produtor musical, filho do falecido Wilson Simonal e irmão do Simoninha.
O debate também reuniu no Festival do Clube de Criação as cantoras e compositoras Céu, Clara Valverde e King Saints, além do compositor e produtor musical Felipe Vassão.
O debate se aprofundou na questão do alinhamento entre a produção musical e a identidade das marcas. A síntese dessa discussão foi vocalizada por King Saints, rapper, atriz e filha da Baixada Fluminense. Ela acumula sólidos trabalhos como compositora, atuando com artistas destacados como Iza, Luísa Sonza, Negra Li, Elza Soares, Thiaguinho e Ferrugem. Saints resumiu o pensamento geral, destacando a importância da sintonia entre o projeto de marketing e o artista escolhido para participar da campanha. “Trabalho nessa busca constante de identificação porque quem me contrata tem que ficar feliz”, afirmou.
Clara Valverde enfatizou a necessidade dessa consonância. “Quando a marca traz um cantor é diferente de quando convoca um influenciador comum”, explicou. “É preciso determinar se realmente existe uma associação com aquele artista”.
Segundo ela, o sucesso da campanha dependerá da credulidade das audiências. “As pessoas precisam se convencer de que a artista realmente cantaria aquela música”, afirmou.
Felipe Vassão introduziu a questão do uso da Inteligência Artificial na produção musical, salientando que os sistemas cibernéticos são cada vez mais eficientes e que o mercado vai precisar se adaptar a essa revolução tecnológica. Segundo ele, será fundamental que a produção, mesmo se valendo de dispositivos digitais, tenha humanidade e que os artistas depositem emoção em seus trabalhos. “Precisaremos estabelecer o valor da intencionalidade criativa”, determinou.
De acordo com Céu, a IA realiza uma espécie de “extrativismo humano”, sugando as ideias e talentos gerais para produzir seu acervo de base. “A IA pode empoderar, facilitar, mas é perigosa porque abrevia ou elimina os processos criativos”, advertiu. “E isso é muito preocupante, porque vai gerar uma retração cognitiva”. Em seu álbum “Novela”, lançado no ano passado, ela propôs uma “ode à vulnerabilidade humana”, produzindo todas as faixas sem o apoio de qualquer recurso computacional. “Se você ouvir no talo, vai até perceber as vozes humanas no fundo do estúdio”, comemorou.
De acordo com Clara, será fundamental se criar uma regulação para o uso da IA, posto que as produções que gera são pinçadas de obras autorais desconsideradas. “A Inteligência Artificial se apropria de elementos que são patrimônio intelectual de outra pessoa”, definiu. “E é preciso respeitar os direitos dos criadores do conteúdo que foi desdobrado”.
King Saints ecoou a ideia de Céu. Segundo ela, os processos criativos ainda são muito importantes e dependem de tempo. “As grandes obras, aquelas que ficam de fato, dependem desse processo lento de elaboração”, afirmou.
Max de Castro concluiu o debate com uma reflexão sobre o futuro da produção musical. Ele contou que, recentemente, por meio de recursos tecnológicos avançados, foi capaz de ouvir, de forma separada, apenas a percussão de uma música de seu pai. “Isso é incrível, porque nem o técnico de som, na época, foi capaz de perceber o bumbo e a caixa em separado”, destacou.
“Há gente que deixa a criação a cargo da IA e vai lavar louça”, lamentou. “Temos que fazer exatamente o contrário: deixar a máquina cuidar da cozinha, enquanto aproveitamos esse tempo livre para fazer uma arte melhor”.
Walter Falceta
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