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Idiossincrasia é uma palavra-chave para falar do compositor, cantor e instrumentista Scott Walker. Norte-americano intimamente ligado à cena musical britânica, ele transfigurou-se de um “simples” ícone juvenil avulso, oriundo da chamada "British Invasion", para ser um dos nomes mais respeitados da música contemporânea. E ninguém está falando de música pop.

Ele passou por baladas melosas, grupos de harmonias vocais, música country e canções para filmes no começo da carreira, alcançando o topo das paradas inglesas e estrelando inclusive um programa de TV. Mas deu uma profunda guinada artística a partir da virada dos anos 1960 para os 70, quando sua produção começa a ficar mais esparsa: foram apenas cinco álbuns lançados nos últimos 33 anos. Composições intrincadas e muita pesquisa levaram sua obra para algo muito mais próximo do erudito do que do popular.

Seus últimos álbuns foram muito bem recebidos pela crítica especializada, casos de “Tilt” (1995) e especialmente “The Drift” (2006).

Confortavelmente instalado na cultuada gravadora 4AD e sem se preocupar com vendas estratosféricas ou downloads ilegais, Walker lançou há cerca de um mês seu último trabalho, “And Who Shall Go To The Ball? And What Shall Go To The Ball?”.

O álbum consiste de cinco movimentos de música instrumental e foi criado, na verdade, para servir de trilha sonora para uma performance do controverso grupo inglês de dança contemporânea CandoCo., que reúne dançarinos de diversos matizes, inclusive portadores de necessidades especiais. 

Saiba mais sobre o álbum e o projeto clicando aqui.

A música de “And Who Shall Go...” é um pouco indigesta para entreter você na happy hour, mas não se preocupe: o disco não chega aos pés do semi-insuportável (no bom sentido) "Zero Tolerance for Silence”, o álbum do jazzista Pat Metheny feito em 1994 inteiramente de ruídos e feedbacks de guitarra.

Walker não possui exatamente um website oficial. Saiba mais sobre ele clicando aqui, aqui e aqui.

Alisson Avila