Cannes 2007

"Comento aqui o filme do Gigante alemão. Mas, mais que um comentário, faço aqui uma reflexão. Uma reflexão sobre o nosso velho complexo de inferioridade, nossa conhecida síndrome de Macunaíma.

Tudo aquilo que nós, por azar, fazemos parecido com algo que foi feito há três dias atrás na Índia, nós chupamos, enquanto tudo aquilo que estrangeiros, de qualquer parte do globo terrestre, fazem ainda que muitos meses depois de nós é coincidência.

Que pena.  Que triste sina a nossa.  Damos valor e credibilidade a tudo que é de fora e desconfiamos e difamamos tudo o que é nosso.

Parabéns para a Alemanha.  Se não são de fato uma escola melhor que a nossa em matéria de propaganda, pelo menos o são em matéria de amor próprio e instinto de auto-preservação.

Nenhum alemão deve estar dizendo que o filme deles é chupado. Imagina, chupar do Brasil.

(À propósito, eu não acho que eles chuparam.  Acho que foi coincidência.)

Fabio Fernandes

F/NAZCA SAATCHI & SAATCHI

Comentários

Serginho Madeira - Realmente os filmes são idênticos. E bons. Mas algo me intrigou: esse filme alemão disputou o GP? Se isso for verdade só reflete a queda de qualidade das produções pra filme neste ano. Em 2006 tínhamos Noitulove, Big Ad, Balls e Choir - páreo duro. Quatro filmaços. Nesse ano só um filme digno de GP: o da Levi's. Esse da Nazca é ótimo, mas uma prata já estaria de bom tamanho.