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Cannes 2007

Mugnaini opina sobre Cyber. Leia

21.06.07


O mercado virtual



Acabei de ver alguns comentários sobre a premiação em Cannes, este ano, e queria discutir alguns pontos. Mas antes quero dizer que esse texto não diz respeito à agência na qual eu trabalho, mas sim a uma visão mais generalizada de até onde queremos chegar com a internet no Brasil.



Até onde o Festival de Cannes vai ser usado para lançar e promover pessoas e agências ao invés de reconhecer os melhores trabalhos? Até onde Cyber será responsável por mudar a percepção inteira de um mercado, mesmo ela sendo
ilusória?
Acho que está mais do que na hora do Brasil abandonar essa estratégia e alinhar um discurso de só pensar de uma maneira: de fazer um trabalho consistente, trabalho de verdade que apareça de uma forma relevante no cenário mundial.
Trabalho que os suecos fazem, por exemplo: eles criaram uma verdadeira escola de como fazer algo de verdade e brilhante. De ver a Crispin e a Goodby inovarem a cada campanha e querer descobrir como eles conseguem fazer aquilo. De mostrar que não se ensina internet transformando uma equipe inteira de offline em "criadores" de peças online, de uma hora para a outra. As pessoas devem aprender na prática do dia-a-dia dos jobs, integrando os departamentos e enriquecendo os negócios de seus clientes.



Acredito que a categoria Cyber é muito maior do que isso e tenho certeza de que algumas agências e profissionais do Brasil também compartilham desse pensamento. Compartilham que a internet brasileira tem um futuro brilhante, verdade essa dita por alguns jurados internacionais com quem conversei por aqui.



O que realmente falta no Brasil é fazer com que as pessoas que trabalham com internet percebam a real necessidade de reavaliar alguns pontos, alguns conceitos e recomeçar um trabalho muito bem embasado para que daqui a alguns anos tenhamos uma boa base para trabalhar. E uma base dessa não é montada de um dia para o outro.



Precisamos pensar em construir um mercado que faça com que aqueles dois brasileiros que ganharam o Young Creatives tenham orgulho de trabalhar; precisamos fazer do nosso um país onde o trabalho é realmente respeitado. Assim, eles não precisarão depender do sonho de sair do país para ter um verdadeiro trabalho.



Vamos encarar a internet de forma séria, de forma verdadeira. Seria fabuloso que todos vocês pudessem fazer comentários e críticas a respeito desse assunto para que o país volte a ganhar o prestígio que tivemos um dia.
Esse é o lugar do Brasil e devemos tomar um certa cautela em apoiar atitudes não pensadas por algumas pessoas desse meio.



Se isso não acontecer, o Brasil só tem a perder. Perde profissionais por não acreditarem que podem fazer um trabalho consistente. Perde clientes porque eles não vivem de prêmios - vivem de produtos, vendas, serviços.
O Brasil sai perdendo com tudo isso e só resta uma saída: cada um parar e pensar no que podemos fazer para mudar esse cenário e tentar reverter essa imagem desgastada de um país que, a cada ano que passa, perde mais credibilidade no nosso meio.



Sergio Mugnaini
Diretor de Criação da AlmapBBDO
Comentários

Dan Zecchinelli - Brilhante como sempre, Serginho. danzecc@gmail.com



Ale Straccia - Boa, Mugnaini. Acho que tua opinião reflete a opinião da maioria dos profissionais online (e offline) do mercado. Infelizmente vamos continuar vendo por um bom tempo gente talentosa abandonar o Brasil pra ganhar melhor, ser reconhecida e fazer um trabalho mais consistente (e real, não fantasma) fora daqui. straccia@uol.com.br



André Piva - Acho que esse é um sentimento geral do mercado, serginho. veja comentários em www.clubedecriacao.com.br/mesao Passamos muito a mão na cabeça dos resultados de Cannes, sem discutí-los para o bem e progresso do mercado. [ ]s, piva andre.piva@lov.com.br



Steve Gump - Por que será que ele não escreveu esta carta quando a Almap foi bem em cyber?



 Aroldo - Esta carta tem endereço certo.



Tony Carreira - concordo, a cada ano perdemos mais profissionais para trabalhar de verdade para os gringos, e eles estao certos. Que o ultimo apague a luz. tonycarreira@carreira.com.br
Borba - Salve Serginho. Cara, acho que esse é um sentimento generalizado e você colocou ele de uma forma bem clara. Óbvio que vindo de você ganha uma amplitude maior. Já via até neguinho dizendo que é fácil atirar pedras quando não se ganha nada. O que acho é que tem-se que mudar a maneira como se dá a relação cliente x agência. Os clientes confiando mais nas agências, cobrando resultados mas dando o espaço e tempo para conquistá-los. E as agências respeitando a experiência de quem as contrata. O que rola é que hoje somos avaliados por quantos leões temos e ai fica complicado. Têm-se que dançar ao som da música. Acho que Cannes para o Brasil se tornou uma competição exclusiva entre agências para provar quem tem mais criatividade e não quem tem mais competência. Não dizendo que as criações não foram duca, pois foram. Mas concordo que seria divino vê-las no meu browser no dia-a-dia ;-) borba@umstudio.com



gringo - Gente o brasil se queimou de vez. Foi feio. Saiam daih o quanto antes. gringo@uol.com.br



Carlos Eduardo - Concordo totalmente, serginho. Tambem tenho vontade de fazer trabalhos que facam a gente ter tesao de vir trabalhar todos os dias, de ver as pessoas comentando o trabalho na rua. E se ganhar premio, melhor. Mas nessa ordem, nao ao contrario.



RODRIGO AGUADO - Serginho, politica tem em todo lugar, o ruim é que sempre para beneficiar alguém ou algum grupo. Com os modelos de politicos que temos em nosso pais, você não esperava algo diferente.....ou esperava? rodrigo.aguado@lewlara.com.br



Cezar Calligaris - Quando escrevi o texto do link, "Para fazer bonito em Cannes 2005", me chamaram de pessimista. Pra quem quiser ver, está mais atual do que nunca: http://webinsider.uol.com.br/index.php/2004/07/11/para-fazer-bonito-no-festival-de-cannes-2005/ cezar@dentsu-lat.com.br



Francisco - Concordo em número gênero e grau. É vergonhoso ver peças brasileiras inscritas e até leões pesando quase 1gb. Quais são os portais e sites daqui que topam veicular peças com este peso? chicomattos@terra.com.br



 XX - Concordo com o Sérgio. Qualquer festival, seja qual for o tema que este aborde, tem como princípio trazer para o seu mercado pensamentos inovadores, que quebrem paradigmas, que sirvam de referência qualificada para os profissionais deste mercado. Portanto, o Festival Internacional de Publicidade em Cannes está realmente caindo em total descrença para nós, profissionais de publicidade online.



Gabriela Santos - Muitíssimo bem colocado. Um prêmio de excelência criativa deve necessariamente premiar idéias. Nada menos e nada mais. Quem são os donos a gente fica sabendo depois. Senão os shortlists deveriam conter a ficha técnica e nem sequer apresentar o link da peça.



Paulo Castro - Sergio, Sergio... Quem te viu no ano passado andando no Palais, desesperado com os SEUS resultados... seus muxoxos ferram com o mercado. Simplesmente crie coisas como os suecos que voce consegue ganhar premios como eles.



Flávia - Oi Serginho, mto bem colocado. Enquanto tivermos 'lideres' criativos mais preocupados em falar com a assessoria de imprensa do que com a própria equipe, esse vai ser o resultado. Enquanto tivermos equipes montadas SÓ pra pensar em prêmios, esse vai ser o resultado. Tá todo mundo rindo da gente lá fora e aqui ninguém se tocou...



Gary Souza - Quem te conhece sabe a vontade de mudar as coisas no Brasil, mas é bem difícil remar contra a maré. Tem muito dono de agência que não quer essa renovação de raciocínio... que a cada ano fala mal de Cannes e meses antes vai lá e inscreve 80 peças. O problema é acabar escorregando do tema 'criatividade brasileira' e cair no 'política empresarial'.



Ale Straccia - Aqui no Brasil o profissional só é valorizado pra valer se tem leão no curriculum. Não importa o histórico, a experiência e o talento, se não foi premiado em Cannes, nem em Londres ou em algum festival grande, ninguém nem perde tempo olhando o portfolio. O resultado disso é que fica todo mundo desesperado atrás de um leão pra tentar melhorar o salário ou conseguir uma vaga numa agência bacana. Mas se vc não está numa agência bacana, a chance de ganhar um leão é remotíssima. Como resolvemos esse impasse?



Marcos Ribeiro - Tb concordo em gênero, número e grau. Acho que existe uma onda enorme no mercado, todos querem "virar" online. Todo criativo acha que é fácil criar uma brincadeirinha interativa. E parece fácil mesmo qdo a gente vê as coisas que são premiadas por aí. Acho toda esta discussão super importante pra que seja criada uma geração de profissionais multidisciplinares de verdade. Gente que faça o trabalho do dia-a-dia com brilhantismo, competência e eficiência. Mandou mto bem!



Leonardo Oliveira - Fora que as peças do Brasil em Cannes são e sempre foram só "engraçadinhas". Nunca tiveram função prática nenhuma. Demorou, mas finalmente este período está acabando. Lambrando o artigo do Cezinha, acho que se quisermos fazer algo relevante, para não fazer feio em 2010, é bom começar a fazer algo que seja útil para os clientes dos nossos clientes.



yy - Tbm acho que uma mudança é necessária o mais rápido qto possível. Acho feio algumas agências dedicarem certos períodos para criar especificamente para cannes. Sei de agências que fazem isso, pois participei disso, e isso só cria um ambiente de trabalho estressante, competição e um clima ruim entre os colegas de trabalho, além de surgirem os famosos trabalhos fantasmas feitos único e exclusivamente para o festival. Isto é, onde está a capacidade dos diretores de criação em motivar seus diretores de arte e redatores no dia-a-dia? Serginho, sobre vc não tem nem o que comentar. Uma mente brilhante. Vc e poucos DC sabem como levar uma equipe. A maioria do mercado é de gente mediocre, atrás de medalha.



ENTAO - É tão simples, não sei porque complicam tudo. No final deveria vencer o melhor. (em alguns casos deveriam pedir os trabalhos dos ultimos 6 meses, para validar os prêmios).



Rodrigo Esteves - Gostaria de comentar (e concordar) com esse texto trazendo umas idéias desenvolvidas pelo André Piva na seção MESÃO do Clube. Não quero nem questionar políticas e afins, (elementos presentes na maioria dos festivais) para não parecer discurso de derrotado com dor de cotovelo. Mas, o que incomoda mais nisso tudo, é ver gente brincando de fazer cyber numa busca desenfreada por reconhecimento. O mais incrível nisso tudo é ver gente que não precisa provar nada pra ninguém se comportando como um estagiário sedento por ser notado. Tem trabalhos brasileiros excepcionais e reais muito além do banner que acabaram ficando de fora da pauta. Aí a gente acaba pensando: Pra que vale esse esforço de educar o cliente, convencer a agência, e o resto do universo brasileiro de que internet é legal se o que é reconhecido nem de longe representa aquilo que efetivamente foi produzido?



Wagner Montes - Notei que nas últimas edições do Cyber, as agências brasileiras disputam apenas entre si e com criações exclusivas para o festival. É de fato uma pena. Temos excelentes profissionais atuando no país, com condições de realizar grandiosos projetos e com isso, reassumir todo o respeito e credibilidade reconhecida no passado. A iniciativa do Sérgio de expor sua opinião sobre o assunto, funcionará como um fio condutor para que possamos nos questionar mais sobre onde queremos chegar.



Zhion - Os festivais e o mercado brasileiro só se tornarão interessantes a longo prazo para nós profissionais se essa força criativa começar a ser usada pela publicidade no chamado dia-a-dia, integrando não só equipes criativas, mas considerando diariamente planejamento, mídia e criação partes de um todo, coisa que pouquíssimas agências têm feito hoje. Aí talvez o abrangente termo "resultado" possa ser considerado relevante ao avaliar uma campanha campeã. E talvez assim os clientes tenham mais segurança para abraçar idéias inovadoras e, quem sabe, como nós, almejar prêmios.



Ana - Esses prêmios viraram uma espécie de "selo do Inmetro" para indentificar aqueles profissionais que devem ser contratados em determinado tipo de agência. Virou bagunça, fachada. Ninguém mais sabe o que é bom, o que é ruim. Ganhar Leão é uma delícia e sempre vai ser. Mas acho ótimo que o mercado esteja começando a discutir o que aconteceu em Cannes este ano. Assim quem sabe os próprios profissionais vão começar a se respeitar mais.



Rui - É por cabeças como a desse Paulo Castro e de um outro aí q criticou essa analise necessaria do Sergio q esse mercado tá a m. q tá. Devem ser caras da Africa, no mínimo. Não importa se o cara ganhou ou perdeu premios esse ano, importa é q ele teve coragem de falar o q todo mundo acha, sem se disfarçar de anonimo.



 Pedro - Mugnaini, acho que você deveria comemorar com seus compatriótas a vitória e não tentar desvalorizar o talento brasileiro. O Brasil é o melhor em Cyber e a Africa provou isso ganhando o maior número de leões nessa categoria.



Felipe Mahalem - Pois é, acho que um dos maiores problemas não é a criação em si, mas os outros vários profissionais envolvidos, atendimento, mídia, planejamento, etc. Todos tem uma mania de basear o trabalho interativo num método antigo de trabalhar com publicidade, que funciona muito bem, funciona até hoje, mas não tenho certeza se funciona pra internet. Temos muitos outros fatores e disciplinas pra serem resolvidas pra entregar um trabalho online completo, isso envolve grana, tempo, profissionais, tecnologia, o que acontece é que os clientes não querem investir em internet, ou os profissionais que deveriam vender isso pro cliente não sabem como vender, nem porque vender.



 Mathias Zarick - Querem ajudar de verdade? Vamos ESPALHAR essa discussão. Vamos colocar esse link nos blogs. É algo que tem que sair da esfera só dos criativos. Tem que chegar aos clientes, ao mercado. Tá cheio de assunto que todo mundo tem medo de discutir. A Africa, por exemplo, ganhou leão de Prata com um cliente que é on da Lov. Imagina a Lov ganhar um leão em press com um cliente que eh off da Africa? Seria o escandalo do ano. Mas nenhum jornalista fala, ninguem comenta, tah tudo bem, tudo certo. A gente age quanto ao nosso mercado do mesmo jeito quanto a um Renan. Ele entrega nota fria para a Polícia Federal e ninguem reclama, soh se revolta mentalmente. Guardamos nossso comentário pra sei lah quando. O que falta acontecer pra tomarmos uma atitude?



Isabelle - Como "gringa" trabalhando no Brasil, foi na Almap que decidi nao voltar pra lá. Por que aqui a gente ganha prêmio no dia-a-dia. Botando na rua e no ar, um trabalho que eu confesso me orgulho. Foi aqui que passei a acreditar que nem tudo está perdido. Agora se algumas agencias adotarem essa nova politica de "vamos criar fantasmas para que a agencia aprenda a pensar em internet, fica dificil. Achava que Cannes premiava conceito e nao meio.



Marcelo - Estranho essa carta. Parece que é endereçada a alguém. Mas não é. Parece que ela quer um "Brasil melhor", mas, o que mudou dos anos anteriores para este ano? Premiaram idéias. Simples. Em época de muda, Jacu não pia. Simplesmente a qualidade do trabalho está mudando de endereço. Vejam a Publicis com ouro, a propria Mckan ganhando leões... e as regras são as mesmas. TEm trabalho de verdade. Tem trabalho de mentira. Tem picaretagem, tem honestidade. Francamente, Sérgio, pegou mal pra você esta carta. Sabe como pegaria bem? No dia que você ganhou seus leões, com seus trabalho de mentira e de verdade, por que sabemos como são as coisas, nao é mesmo? Enfim, pegasse e renunciasse a eles. O maniqueísmo fez sucesso na inquisição e morreram milhares de pessoas. O maniqueismo fez sucesso recentemente nos EUA e o Bush tá lá. A regra é clara. E, depois que esfriar a cabeça com o seu fracasso, vai vir uma lição interessante: melhor seria se tivesse sido mais humilde, trabalhado um ano inteiro e mostrado o meu valor depois. Essa carta é um despeito só, que é respaldada pela simpatia da sua franquia, conquistada com mérito durante muitos anos, mas que agora enviezou. Já vi este filme centenas de vezes e o que funciona é só uma coisa. Silêncio e trabalho. Engula este sapo, porque a vida é assim, e tire esta carta daqui, porque pega muito mal.



Marcio Holanda - É discussão de longa data, que não só passa no Brasil como em toda América Latina. Quase todos os dias temos boas idéias, que são inovadoras, vendáveis, mas que muitas vezes não saem do papel (ou do PowerPoint) porque outros profissionais envolvidos das agências 360º preferem vender um comercial de tv que um hotsite para web, porque ainda é, para a agencia, mais rentável. Mais difícil que convencer pessoas que os meios digitais sao poderosos meios de comunicação é tentar convencer (e vencer) os números, porque trabalhamos em multinacionais, porque têm açoes en Dow Jones, porque tem que crescer 15% mais que o ano passado (mesmo que a economia só cresça 3%). Os suecos estão fazendo tudo isso porque agências como FarFar só se dedicam e ganham dinheiro com o mercado digital, onde a responsabilidade com o cliente nao é vender TV, mas sim projetos relevantes para o consumidor nos pontes de contatos de meios digitais. É isso aí.



kk - kk



Baby - Que bom ver que alguém finalmente está quebrando o gelo e comentando algo sobre os acontecimentos em Cannes. Independe da agência, independe do trabalho do profissional, o que está em jogo aqui é: Cannes é parametro para o mercado ou é apenas politicagem? Tudo confirma que a última opção é válida.



Mariana - Estou plenamente de acordo com você. Seria muito bom se os novos profissionais e as agencias pudessem crescer com o trabalho diário e resultados obtidos com jobs reais e inovadores. Um leao em Cannes deveria ser consequencia disso.



Marco Antonio - Sergio, grande garoto, concordo com você. Todos sabemos que o que é levado em conta em um festival como Cannes, é a idéia criativa. Por isso é um Festival em que todos do meio querem participar e, se possível conseguir, ganhar um Gold Lion para premiar seu próprio talento. Alguns criativos, conseguem fazer isso valer realmente para sí, para a agência que representam e para seus clientes - aqueles que acreditam, apostam e investem em boas idéias. Isso porque entendem a importância dessas boas idéias para seus resultados de negócios e até etendem realmente que a web é um meio de atingir os objetivos de marca e comunicação, como nunca houve antes. E estes, criadores, agências e clientes que tem essa visão e trabalham sério, realmente merecem os prêmios. Quanto ao Brasil fazer um trabalho consistente que tenha representatividade mundial, isso ainda leva algum tempo e depende do amadurecimento do mercado publicitário e dos clientes. Caras como você, a Angela, o Piva, o Pira, Miguel e tantos outros vão fazer a coisa chegar lá.



Ju - Atendimentos, planejamentos e mídias que entendam a importância da Internet e estejam realmente dispostos a convencer seus clientes disso. Criativos de offline que não pensem em Internet como a arte de animar os anúncios que eles criaram. Clientes que entendam de uma vez por todas que o consumidor não agüenta mais slogans e trocadilhos empurrados goela abaixo e prefiram ter outro tipo de experiência com as marcas. Ufa. É disso que a gente precisa pra ter um trabalho consistente no dia a dia.



Marco Antonio - Sergio, grande garoto, concordo com você. Todos sabemos que o que é levado em conta em um festival como Cannes, é a idéia criativa. Por isso é um Festival em que todos do meio querem participar e, se possível conseguir, ganhar um Gold Lion para premiar seu próprio talento. Alguns criativos, conseguem fazer isso valer realmente para a agência que representam, para sí, e para seus clientes (aqueles que acreditam, apostam e investem em boas idéias, que é raro). Os clientes tem que entender a importância dessas boas idéias para seus resultados de negócios e também etender realmente que a web é um meio de atingir os objetivos de marca e comunicação, como nunca houve antes. Estes, criadores, agências e clientes que tem essa visão e trabalham sério, realmente merecem os prêmios. Todos lamentamos quando vemos criações para a clientes inexpressivos, que apenas servem de suporte para sacadinhas, mesmo que por muitas vezes brilhantes. Isso deveria ficar no âmbito do Young Creatives, que premia o talento de uma moçada que não teve a chance de trabalhar com grandes marcas e em estruturas fantásticas. Tem tanta coisa a ser discutida nesse tema. A questão das idéias que são nossa razão de trabalho, No geral, as boas idéias acabam aparecendo, se destacando e, de alguma maneira, vamos vê-las em Cannes, London, MSN, CCSP e etc. O que não dá pra digerir mais é querer, a qualquer custo, trabalhar com idéias por idéias, somente. Quanto ao Brasil fazer um trabalho consistente que tenha representatividade mundial, isso ainda levará algum tempo e dependerá do amadurecimento do mercado publicitário e dos clientes. Caras como você, Andrea, a Angela, o Piva, o Pira, Miguel e tantos outros (vejam os que estão aqui na lista de comentários) vão fazer a coisa chegar lá. Vocês precisam ter uma atuação forte junto ao CCSP para que ele abrigue essa disciplina de uma maneira mais contundente e a partir dessa união, ajudar o mercado a compreender melhor a comunicação digital. marco.almeida@ogilvy.com



 Gaguinho - Sabem o que aconteceu? É que quando saiu o resultado era Zeca-Feira.



Manoela Amaro - Arrasou!



Claudio Palmieri - Acho que antes de voltar o focar em Cannes temos que voltar ao nosso mercado para detectar como melhorar e daí este esforço refletirá em Cannes. Indo no núcleo do átomo do mercado, o ganho financeiro dos clientes, precisamos a cada momento mostrar aos clientes o retorno que terão com trabalhos mais grandiosos. A fixação de marca, a viralidade e a retenção de tempo dos consumidores em contato com a marca, serão revertidas em grana. Os trabalhos mais premiados em Cannes eram grandes projetos e não simplesmente uma sacadinha. Levar a eles como está o comportamento das pessoas perante as novas mídias. Dentro de nós, buscar consistência de alinhamento com os objetivos dos clientes em termos de comunicação, marketing e negócios. Que o desejo de ganhar Cannes não atrapalhe o nosso mercado. Isso talvez retenha profissionais, mas vale lembra que fatores sócio-econômicos do país tb influenciam para a debandada.



Cannes 2007

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