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Cannes Lions 2018

GP de Radio & Audio estimula mudança do nome da categoria

19.06.18

“Soccer Song for Change”, da Ogilvy Cape Town para a cerveja Carling Black Label, da Ab-Inbev Africa, conquista o Grand Prix de Radio & Audio. Para combater o aumento da violência contra mulheres na Africa do Sul, em dias de jogos, o hino que estava sendo cantando no estádio teve sua letra alterada na voz de um coral de mulheres que ocuparam o meio de campo e isso foi silenciando os homens presentes. "É uma ideia de áudio, que não tem tecnologia, mas vai pra TV,  se transforma no movimento #noexcuse, e altera o branding da lata da cerveja", explica Álvaro Rodrigues, CEO e Diretor Executivo de Criação da Fullpack e jurado brasileiro da categoria.


O trabalho disputou GP com a campanha Rest in Grease, Twitter Fingers e Holding in down, da VML Kansas City para Wendy's, e com a campanha Ryan & Suzie, Fist Bump e Mindhole, da McCann UK para o sistema de monitoramento de glicose Dexcom, que não precisa furar o paciente para o exame. "A questão da responsabilidade da nossa indústria de fazer o bem através das marcas também foi considerada na escolha do GP da Carling Black Label beer", diz o jurado. O país, inclusive, surpreendeu o júri. "Eles tinham volume, diversidade e eram trabalhos muito bons", comenta.  


Durante o julgamento, os jurados perceberam que o nome da categoria, Radio & Audio, não faz mais sentido. Eles vão sugerir ao festival que tirem Radio, mantendo apenas Audio. E o Grand Prix será usado como argumento para a sugestão. "É uma referência muito forte de como o áudio não tem barreiras, pode ser físico e não depende de tecnologia. Um indicador do futuro dessa área", destaca Álvaro.


Ele pontuou também a importância de ter um jurado que conheça a cultura local, citando o exemplo do trabalho "The game that never was", da Grey Colômbia para Blue Radio, que reproduzia o jogo da Chapecoense que não aconteceu. "Muitos jurados até tinham ouvido falar do acidente, mas não tinham a dimensão da tragédia que foi". O trabalho ganhou Prata.


Entre os trabalhos da categoria, The uncensored playlist" da DDB Germany para Reporters Without Borders, foi sugerido pelos jurados para o Lion for Good.


E o trabalho de Fedex, que tem brasileiros na ficha (leia aqui), agradou de imediato por unanimidade e ficou com Prata. Agradou "por ser puramente marca, com ideia", explica Rodrigues.


BRASIL


O Brasil teve 1 shortlist que se converteu em Leão de BronzeEvery Breath”, da Master para a 91 Rock (leia aqui).


Agora, com a adoção da votação online, que acontece antes dos trabalhos presenciais, muita coisa nem chega ao Palais para a votação. "Cada um dos 10 jurados julgou parte dos trabalhos no seu país e não é tudo que passa por todos", detalha o brasileiro. 


Um conselho do jurado para quem for fazer inscrições na categoria ano que vem: "fique atendo à atuação, sound design, roteiro. Essa categoria também vive um dilema: quando se pensa nela, se pensa em tecnologia e ativação e se esquece que, as vezes, basta uma boa ideia com uma boa execução", conclui.

Cannes Lions 2018

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