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CCXP 2018

Unlock mais perto do audiovisual

06.12.18

O Unlock CCXP 2018, evento que antecedeu a CCXP com dois dias de debates sobre a indústria do entretenimento e oportunidades de negócios no setor, centrou muitas forças no audiovisual na programação deste ano. Foram feitas duas homenagens pelos organizadores: ao empresário francês Jeremy Zag, fundador e CEO da Zag Entertainment, especializada em franquias de entretenimento para crianças e famílias e que tem entre seus produtos a animação Miraculous: As Aventuras de Ladybug; e o brasileiro Nizan Guanaes, fundador do Grupo ABC e uma das lideranças do mercado de comunicação.

A escolha de Nizan pelos curadores do Unlock foi pelo fato de a publicidade ser um importante setor para o audiovisual e pelo brasileiro ser uma notória liderança desse mercado. “A linha editorial deste ano foi valorizar o audiovisual. Nizan fundou um grupo de agências e é um líder. Veio de uma geração que evoluiu e ajudou a formar outros profissionais do mercado. A homenagem valoriza o segmento das agências, que são incentivadoras do audiovisual”, contou Gustavo Giglio, head de conteúdo e curador do Unlock e sócio do Update or Die.

Em vídeo, Nizan agradeceu a homenagem – ele estava em viagem de trabalho e, por isso, se ausentou, conforme explicou. Afirmou que parte de seu sucesso na publicidade foi por entender a cultura pop, desde a leitura de história em quadrinhos até “gostar das coisas que são pop”. Estar conectado a temas dessa natureza é rico para um mundo voltado para a geração de conteúdo, observou. Ter discussões sobre a cultura pop seria como alimentar a cabeça. Depois contou que, sabendo de sua homenagem, uma sobrinha o procurou para pedir ingressos da CCXP. “Uma coisa é ser reconhecido em Cannes. Outra é ser reconhecido pela sobrinha millennium, o que não é fácil”, brincou.

Outros painéis trouxeram temas que evidenciaram o peso do audiovisual. Entre os palestrantes esteve o diretor e produtor Chris Columbus, responsável por blockbusters como Os Goonies, Esqueceram de Mim, Gremlins e pelos dois primeiros filmes da franquia Harry Potter. O cineasta é o homenageado internacional da CCXP 2018, que abriu suas portas nesta quinta-feira, 06, e se estende até o domingo, 09. A homenagem foi o primeiro painel da convenção.

No debate organizado pelo Unlock, Columbus dividiu palco com o brasileiro Rodrigo Teixeira, produtor do longa Me Chame Pelo Seu Nome, e com o apresentador Marcos Mion, que fez a moderação do debate. Após contar sobre o início de sua carreira – como roteirista –, revelou que se sentiu nervoso em sua estreia como diretor, embora fosse algo que desejasse muito. Comentou ainda que espera que uma boa história traga esperança para o público. É essa sensação que busca num filme. “Nós, americanos, estamos vivendo um período em que todos precisamos de um senso de esperança”, afirmou, referindo-se ao governo Donald Trump. E disse que não costuma procurar marcas que definam um bom diretor. O que deseja é ver de que forma um diretor reinventa histórias.

Outra atração foi o supervisor de efeitos especiais (VFX) Kelly Port, da Digital Domain, que trabalhou no filme Vingadores: Guerra Infinita. Seu painel no Unlock procurou detalhar a importância do setor para o cinema. No caso do longa, 97% da obra estão ligados a efeitos especiais. “É o filme de maior duração e mais caro com VFX”, salientou. Port também se apresentou em um painel da CCXP, falando da Digital Domain, que foi fundada por James Cameron em 1993, e mostrando os bastidores do desenvolvimento do personagem Thanos, o vilão do último filme dos Vingadores.

Tanto no painel do Unlock quanto no da CCXP, apresentação feita nesta quinta-feira, Port trouxe números grandiosos. Cerca de 40 companhias ligadas a efeitos trabalharam na produção. E mais de 2.400 artistas foram envolvidos no projeto. A equipe inteira passou 16 meses em locações, sendo o Brasil um dos destinos (com cenas feitas na região dos Lençois Maranhenses). Foram renderizadas mais de 66 milhões de horas.

Recursos para games: R$ 35 milhões

Um anúncio feito no Unlock foi o lançamento de uma nova política de games do Ministério da Cultura e da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Serão investidos, pelo Fundo Setorial do Audiovisual, R$ 35,2 milhões para propostas na área. Outros R$ 10 milhões serão destinados a aceleradoras, totalizando uma verba de R$ 45,2 milhões. Pela primeira vez, serão contemplados projetos de realidade aumentada e realidade virtual.

O diretor-presidente da Ancine, Christian de Castro, afirmou que “a indústria de jogos digitais no Brasil cresce acima da média da economia”. A ideia é focar na capacitação de empreendedores que se mostraram preparados em competir neste mercado.

CCXP 2018

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