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Vendas de 3G abaixo das expectativas
Mais de um ano após as fabricantes de celulares de terceira geração (3G) iniciarem campanhas agressivas de lançamento no mercado brasileiro, os aparelhos com a nova tecnologia, que permite acesso rápido à internet, representam apenas 1,19% do mercado, segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Analistas do setor apontam alguns fatores que atrapalhariam os planos das fabricantes de aparelhos 3G: o consumidor não vê vantagens nos aplicativos que justifiquem pagar mais caro por eles em época de crise e a área de cobertura da nova tecnologia ainda é restrita.
Além disso, a estratégia das operadoras para a tecnologia 3G é privilegiar as vendas dos modems - que permitem ligar o computador à internet via celular -, ao invés dos aparelhos.
Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco, ressalta que o impacto provocado pela crise não se restringe apenas aos aparelhos 3G, mas é generalizado.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a produção de aparelhos celulares caiu 29,3% em maio em relação ao mesmo mês de 2008. É um porcentual inferior à queda de 44,9% de abril e dos 63,8% de janeiro, mas mesmo assim um recuo significativo.
"Ainda cresce o número de linhas ativas, logo as operadoras não estão sendo tão afetadas pela crise. Mas as vendas de aparelhos caíram bastante", diz Tude.
Segundo a Anatel, o número de assinantes de telefones celulares no país cresceu 1,34% em junho.
De acordo com Rodrigo Vidigal, diretor de marketing da Motorola, a maior procura do mercado atualmente é por smartphones (que parecem computadores de mão), independente da tecnologia, porque os aparelhos possuem um teclado mais fácil para escrever.
"O consumidor está mais preocupado com o design. 2G e 3G ainda é apenas uma sopa de letrinhas", diz.
O executivo revela que a companhia vai investir em smartphones nos próximos lançamentos e ainda não sabe se lançará novos modelos 3G com teclado normal.
Ele ressalta que o smartphone GSM tem mais apelo hoje para o consumidor e é mais barato que um telefone 3G comum. "O 3G vai ser um sucesso quando o preço estiver mais acessível", diz.
A experiência das fabricantes de celulares com a tecnologia 3G está sendo muito diferente do que quando o GSM chegou ao Brasil.
Lançados em meados de 2003, os aparelhos GSM conquistaram 14,8% do mercado no fim daquele ano, 34,2% em 2004 e estavam no topo em 2005, com 51,8% do total.
Segundo Tude, da Teleco, os dois cenários são muito diferentes, porque os celulares GSM chegaram com dez anos de atraso ao país e, portanto, estrearam com preço acessível. No caso do 3G, o atraso é de apenas dois anos e a escala de produção global ainda é pequena.
"O 3G poderia estar crescendo mais rápido", reconhece Hamilton Yoshida, diretor de Marketing da Divisão de Telecomunicações da Samsung. "Ainda tem uma questão de preço. Existem ofertas muito boas de 2G (celulares GSM, de segunda geração) na faixa de R$ 500 a R$ 700. A maioria dos 3G está acima de R$ 1 mil."
O gerente de celulares da LG, Rodrigo Ayres, diz que, apesar de as vendas de celulares 3G serem menos de 10% do volume total, em valores já ultrapassam 20%, pois os aparelhos são mais caros.
Leia a matéria do jornal O Estado de S.Paulo na íntera aqui.