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Classe C

Sony quer popularizar marca

07.11.11

Nos últimos meses, mais de cem lares de famílias da classe C em São Paulo foram visitados pelos executivos da Sony do Japão, segundo o Estadão.


"Até 2009 a empresa estava voltada para nichos. Agora a Sony quer falar também com outro consumidor", diz o gerente geral de marketing da Sony Brasil, Carlos Paschoal.


A mudança de foco começou no ano passado, quando a companhia decidiu fazer estudos mais aprofundados para conhecer os hábitos e costumes da nova classe média brasileira.


As famílias de classe C, que têm renda mensal entre R$ 2.180 e R$ 5.450, representam 41% da população domiciliar do país.


Para mapear os hábitos de consumo, foram contratadas quatro empresas de pesquisa domiciliar e parte dos executivos da multinacional japonesa também foi para rua.


O objetivo era descobrir coisas simples do dia a dia como, por exemplo, a que horas as pessoas ligam a TV e o aparelho de som e como usam a câmera digital, informações valiosas para desenhar produtos sob medida para a nova classe média.


"Nas visitas, os japoneses ficaram impressionados com o tamanho das casas da classe C e a fartura de carne no churrasco", conta o gerente.


Mas o mais importante foi a descoberta de como essa população interage com os aparelhos eletrônicos. "O consumidor da classe C ama música e em alto volume", conta Paschoal.


Como eles viajam pouco, trabalham muito, o lazer se concentra nos churrascos de fim de semana, que duram sábado e domingo, onde ocorre a confraternização com a família e os amigos. Nesse cenário, o aparelho de som é elo entre os familiares e amigos, observa o executivo.


De posse dessas informações, nasceu o primeiro mini system para a classe C. Batizado de Shake, o produto foi lançado há três semanas e desenvolvido exclusivamente para o Brasil.


A caixa de som tem potência três vezes superior à de um aparelho de som comum. "O Shake não custa barato, não", diz Paschoal. O preço sugerido é R$ 2.599.


Outra constatação das visitas realizadas que orienta o desenho dos novos produtos é que, para a classe C, todos os bens duráveis da casa são compartilhados. "O carro é da família, a câmera digital é da família", exemplifica Paschoal.

Esse grande número de pessoas que usam o aparelho fez, por exemplo, com que a empresa passasse a se preocupar em ter uma câmera digital capaz de tirar fotos panorâmicas, com capacidade para incluir todos na mesma foto.


"Descobrimos que a classe C não se importava com zoom e outros recursos, como o segundo plano." O resultado foi uma câmera digital com lente panorâmica por R$ 799.


Além das informações obtidas com as visitas às casas da classe C, a companhia investiu em outras frentes para cercar a nova classe média. No ano passado, por exemplo, a empresa fechou parceria com as Casas Bahia, o varejista que mais entende do consumidor popular, para criar um modelo exclusivo de TV vendido nessa rede de lojas.


O produto, conta o gerente, chegou ao mercado em abril deste ano e já representa 5% das vendas de televisores da Sony no Brasil.


A televisão desenhada para a classe C é de 32 polegadas, com tela de LCD e custa R$1.499. O diferencial do produto é o design mais sofisticado. O formato da TV é mais arredondado do que um aparelho comum, com acabamento preto e mais fosco do que o normal. "Descobrimos que a classe C quer produto que chame a atenção para expor na sua sala, como se fosse uma joia", diz Paschoal.


No caso de TV, a readequação de produtos já começa a parecer na participação de mercado. De 2010 para 2011, a marca ampliou a fatia de 9% para 17%.

Classe C

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