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Clubhouse no foco das marcas

Erros e acertos no uso do app que já tem 4,7 mi de downloads

18.02.21

No cemitério da internet estão marcas como Google+ e Vine, redes que não conseguiram vingar enquanto outras, como Instagram e Twitter, se mantêm dominantes. Plataformas continuamente surgem e algumas se tornam rapidamente as queridinhas do mundo digital, tal qual aconteceu com o TikTok.

O exemplo mais recente desses fenômenos de popularidade é o Clubhouse, uma plataforma de chat por áudio que já contabiliza 4,7 milhões de downloads desde que foi lançada, em abril de 2020. Segundo o Apptopia, desse total, 3,7 milhões são deste ano. Além disso, a rede levantou US$ 100 milhões de um fundo de investimentos. Para dar mostra de como o Clubhouse é a nova mania digital basta dizer que Elon Musk e Mark Zuckerberg estiveram em um talk show no app.

As informações são do colunista Samuel Scott, do site The Drum, que já atuou como jornalista, editor e diretor de marketing de companhias hi-tech. Ele discorreu sobre maneiras certas e erradas de profissionais de marketing utilizarem o Clubhouse.

Primeiro, vale explicar – para quem ainda não sabe – o que é esse aplicativo. A plataforma, por enquanto, é só para convidados. Qualquer dono de iPhone pode se inscrever na lista de espera – não existe versão para Android até o momento. Quem já está na rede pode enviar um convite para algum contato.

Um usuário pode criar uma sala de bate-papo para discutir qualquer assunto. Qualquer mesmo. Quem abriu a sala pode convidar outras pessoas a debater o tema ou esperar que apareça um interessado. Se a proposta for realmente atraente, o espaço permite a participação de até 5 mil pessoas. Todas deixando seus comentários em áudio. Não há vídeos, nem fotos.

Outro detalhe é que existem salas públicas e privadas (estas demandam convite). O anfitrião e moderadores podem falar e reconhecer a vez de qualquer um que queira se manifestar.

Como diz Scott, o Clubhouse é “basicamente um facilitador glorificado de conference calls, programas de rádio e longas ligações telefônicas dos anos 1990”.

Como usar e não usar

O Clubhouse pode ser eficaz principalmente em RP e vendas. As equipes de relações públicas podem criar salas privadas para ligações para analistas, comunicados à imprensa e relações com a comunidade, por exemplo. As equipes de vendas B2B podem discutir em salas privadas assuntos que demandam aprovação de outras áreas.

Mas já existem inúmeras maneiras de fazer conference calls. As pessoas elogiam a funcionalidade do áudio, porém há quem prefira plataformas com vídeo.

Do ponto de vista corporativo, o Clubhouse pode ser útil para comunicados internos, para reuniões com o CEO e para o encontro de equipes remotas.

Profissionais de marketing são obcecados pela mídia, diz Scott. Tanto que, entre eles, existem os que proclamam qualquer novo canal como a "próxima grande novidade".

O colunista calcula que ainda ouviremos muitos executivos de marketing anunciarem, “sem evidências, que as marcas deveriam estar no Clubhouse e ganhar seguidores ao ‘criar conteúdo’”. Isso porque, na visão desses profissionais, a contagem de seguidores é muito importante.

No entanto, Scott apontou que, no início deste ano, muitas pessoas notaram uma queda na contagem de seguidores no Twitter. Mas isso aconteceu depois que a rede excluiu muitas contas falsas, alimentadas por bots. Portanto, é preciso não ficar obcecado com o número de seguidores.

Influenciadores poderiam, em teoria, promover produtos para o público em salas de bate-papo, mas o marketing de influência é mais eficaz em categorias muito visuais, como moda e cosméticos. Somente áudio não funcionaria, observou Scott.

O colunista também faz algumas previsões sobre a plataforma. Uma delas é que o Clubhouse irá descobrir que as salas privadas são potencialmente as maiores geradoras de receita por uma razão simples: privacidade significa exclusão; exclusão cria desejo e desejo aumenta valor.

A coluna na íntegra está disponível aqui.

Clubhouse no foco das marcas

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