Comportamento

A rede de lojas de brinquedos Corolle, na França, está criando oficinas para que meninos e meninas brinquem com bonecas, lado a lado.

Numa época em que se fala do "novo homem", mais participativo nas tarefas domésticas e disposto a cuidar mais ativamente da educação de seus filhos, as lojas e fabricantes querem abocanhar um nicho de mercado formado por pais e mães que vêem com naturalidade meninos desempenharem um passatempo tido como feminino.

A primeira oficina ocorreu em Paris, na própria loja de brinquedos Corolle. Garotos e garotas acima de três anos brincaram em um ateliê cercado de bonecas, berços e ambientes que simularam o espaço doméstico.

As crianças brincaram de dar comida, banho e berço a suas respectivas bonecas. Depois, comeram lanche e ganharam presentes da mais conhecida marca de brinquedos do país.

No convite da Corolle para uma nova rodada de oficinas, que ocorrerá em setembro, o texto dizia: "Brincar de bonecas não é mais só para meninas, agora que os papais estão tão presentes na vida de seus filhos e investem na educação deles". 

As oficinas estão sendo realizadas em meio a uma queda na venda de bonecas na França. No ano passado, as vendas caíram mais de 10%.

De qualquer forma, a Corolle lembra que sua linha para garotos já existia antes das oficinas.

A pediatra Edwige Antier, autora de um livro sobre o tema, afirma que "os pais estão familiarizados com a idéia de que cuidar do seu bebê não representa um atentado à 'virilidade' de seu 'homenzinho'".

Para a pediatra, "não é o brinquedo que influencia a sexualidade da criança. Mas o uso do brinquedo é determinante para a identidade dela".

Com informações da BBC Brasil.