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Compre o CD, leve o truetone

Nova proposta da Warner Music

21.12.07

A Warner Music Brasil vai tentar emplacar uma nova modalidade de geração de receita no mercado fonográfico. Quem comprar um CD da coleção de coletâneas “Nova Série” terá direito a um truetone, gratuito, do artista relacionado ao disco comprado.


Não será possível escolher a canção do toque musical: cada CD é vinculado a um único truetone. Basta digitar um código no celular e enviá-lo para receber o toque da música pré-selecionado pela Warner Music.


A malandragem do slogan não deixa dúvidas quanto à proposta: “Música com um toque a mais”.


No total, são 150 títulos na coleção: dois terços deste total estão nas lojas neste final de ano, e o restante chega ao varejo ao longo de 2008. Há clássicos da música brasileira (antiguidades bacanas, românticas e populares), MPB, sertanejo, rock-pop e por aí vai. Todos os produtos são vendidos no formato digipack.


A vinculação de CDs a truetones pode até ser uma novidade, mas a relação entre música e telefonia celular, obviamente, não. Na verdade, o mercado mobile vem se desenhando como o futuro grande responsável pela inevitável recuperação da indústria fonográfica – e não apenas com a mistura tripla entre jingles publicitários, pré-lançamentos de canções de artistas conhecidos e ringtones, os conhecidos “ringles”.


Na verdade, os celulares estão gradativamente turbinando o mercado de singles na Europa e será questão de tempo (entenda-se hábitos de mídia, dinheiro no bolso e tipo de aparelho disponível) para o modelo chegar no Brasil. Vale lembrar que a figura do single não existe em escala no varejo do País há décadas.


Com esta dobradinha música + celulares, volta à tona o foco às canções individuais, reflexo da cultura do download na internet, onde os internautas baixam apenas "a parte que realmente interessa" de álbuns inteiros - ou seja, as canções de sucesso.


A despeito de “In Rainbows”, do Radiohead, será que os álbuns conceituais e as óperas pop (independente da mídia), tão consagrados nos anos 1960 e 70, voltarão a ser a “febre” musical lá por 2050?


Alisson Avila


Comentários

Alex - Estratégia fraquissima da Warner! Isso não vai pegar aqui no Brasil, as pessoas querem CD's mais baratos ou uma boa vantagem para adquiri-los originais e não um toquezinho de celular.



 

Compre o CD, leve o truetone

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