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CPI da Covid

Pedidos de quebra de sigilo para PPR, Artplan e Calia

10.06.21

A CPI da Covid aprovou nesta quinta-feira, 10, a quebra de sigilo bancário, fiscal e telemático (serviços de tecnologia de comunicação e informação) de três agências que atendem a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social): Artplan, Calia Y2 e PPR (NBS). A comissão deu aval a 29 requerimentos para quebrar sigilos de ex-ministros, assessores e colaboradores, além das agências.

Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, justificou a medida por serem empresas que trabalham para a Secom”. O objetivo é buscar provas de financiamento para a disseminação de fake news sobre a pandemia e apurar como foi feita a divulgação da vacinação e do “tratamento precoce”, como dizem alguns senadores – o governo vem usando a expressão “cuidados precoces”.Temos certeza de algumas coisas, não dá para falar aqui, mas vamos investigar", declarou Aziz.

Na mira da CPI também está a investigação sobre possível favorecimento a sites alinhados ao governo federal, o que teria ocorrido por intermédio de Fabio Wajngarten durante o período em que foi responsável pela Secom.

As agências chegaram a entrar nas investigações da Polícia Federal no inquérito sobre o financiamento de atos antidemocráticos. Em fevereiro, a PF enviou ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, solicitação de busca e apreensão contra as três empresas, com a intenção de analisar documentos e contratos para entender como é feita a compra de mídia em sites e perfis nas redes sociais. A Procuradoria-Geral da República, porém, se manifestou contrária e a ação não ocorreu.

O Clubeonline procurou as três agências para se manifestarem a respeito da decisão da CPI.

A Artplan enviou o seguinte comunicado: "A Artplan não fez qualquer comunicação relacionada à saúde nesse período em questão. A única campanha assinada pela agência teve início apenas na última semana de abril de 2021, quando entrou em veiculação a campanha em prol da vacinação que está no ar".

Campanhas

Um documento enviado pela Secom para a CPI revelou quanto a secretaria investiu em campanhas para promover a vacinação contra a covid-19. De acordo com o relatório, que traz dados até abril deste ano, a verba para divulgar a imunização foi de R$ 1,2 milhão. Já o montante reservado para as ações que comunicavam “cuidados precoces” foi de R$ 19.370.015,27.

Os números se referem aos investimentos feitos pela Secom, não incluindo campanhas encomendadas pelo Ministério da Saúde. Questionada pelo UOL, a pasta declarou que foram feitas 25 campanhas com os mais diversos temas – de orientações sobre sintomas à importância da vacina -, sem especificar quantas foram para o Plano Nacional de Imunização. O Ministério declarou ter investido R$ 316,2 milhões nessas ações.

O UOL apontou ainda que, entre as contratações feitas pela Secom, mais de R$ 1,3 milhão foram utilizados para a contratação de influenciadores digitais. Reportagem da Agência Pública indicou que “ao menos R$ 85,9 mil representaram o cachê pago a 19 pessoas apontadas como celebridades ou subcelebridades na internet. A missão era divulgar o ‘atendimento precoce’.”

CPI da Covid

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