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Criado-Mudo

Minha caixa quadrada e a bolsa da Mary Poppins

06.08.07

Sabe quando tua vizinha de travesseiro entra na fase: 'amor, vamos montar coisinhas juntos?'. Então, isso passou com a minha, um ano e meio atrás. E foi assim que chegaram em casa essas caixas quadradas, gêmeas e mudas, que nunca quiseram papo comigo e sempre tiveram um espaço muito limitado para mim.

Ufa! Ainda bem que já passou. E até que ficaram “bonitinhas”, uma de cada lado, com uma luz de leitura que se eu fosse ler com aquilo, hoje estaria cego; mas elas servem para dar um clima no quarto. ; )


Mas voltando aos criados-mudos, nunca vi nada tão fiel. Tudo que colocamos neles, fica. Não saem do lugar. Nem se mexem. E, melhor, um tempo depois da chegada da dupla concluímos que Pamela Travers deve ter olhado para o seu criado-mudo antes de criar a bolsa da Mary Poppins.

Tudo cabe nessas caixas de 50x50 centímetros. Prendedores, elásticos e grampos de cabelo, cremes hidratantes para as mãos, para os pés, rosto, pernas, bico (não sei por que não se usa um só para tudo).

Mas tudo dela. E eu? Tenho um espaço limitado. Limitado ao meu mac e a um insuportável despertador que até hoje ainda não descobri o por quê da sua existência, mas, se tirar do lugar, perdi o lugar.


Bom, no final das contas, creio que não sou a melhor pessoa para falar do MEU criado-mudo.


Deny Zatariano
Diretor de arte, já assinou, no Clubeonline, a coluna Links de Quinta


 

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