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Deu no The New York Times

Matéria reflete o aumento da discussão sobre o impacto da propaganda de bebidas alcoólicas nos adolescentes

07.03.03

Na semana passada (no dia 06/03) aconteceu o Annual Impact Marketing Seminar, nos EUA, e Marcus Grant, presidente do International Center for Alcohol Policies (orgão findado em 1995) fez uma palestra.
Na mesma manhã em que Grant faria sua apresentação, o The New York Times publicou uma matéria, intitulada "Moderation Urged for Alcohol Ads", discutindo a questão da propaganda de bebidas alcoólicas e seu impacto sobre os adolescentes. Foram ouvidos pelo NYT representantes das entidades World Health Organization (W.H.O), The Ministry of Health (da Irlanda), Center for Science in the Public Interest (EUA), Center on Alcohol Marketing and Youth at Georgetown University (EUA), Center on Alcohol Marketing and Youth
Beer Institute (EUA) e Distilled Spirits Council of the United States.
A matéria, na íntegra, está disponível no primeiro link abaixo. Vale comentar, antes que você clique e leia, que dois comerciais são enfatizados como 'maus' exemplos na matéria: um deles, "Catfight", da Miller Lite, você pode assistir no site da empresa (óbvio que o link também está disponível no pé da página, para facilitar sua vida). O outro, com trigêmeos, da Coors Light, não está disponível no site. Mas, o interessante em relação à Coors (você pode conferir passeando pela página online desta cervejaria), é notar a extrema preocupação da empresa quanto aos valores politicamente corretos que possam ser agregados à sua marca. Pra começar, a empresa fez uma campanha, chamada "21 means 21", para deixar bem clara sua preocupação em não atrair adolescentes para a boca da garrafa: "Coors does not want the business of America's youth. We have a vested interest in preventing the misuse of our products, including underage drinking. We developed the national "21 Means 21" advertising campaign to communicate these messages", diz Peter Coors, em mensagem exposta no site. A empresa abraça causas e financia projetos - que já lhe renderam diversos prêmios e honras - relativos a: Hispanic Issues; African American Issues; Gay and Lesbian Issues; Women’s Issues; Jewish Community;
Veterans; Employee Wellness; Environmental Achievement; e
Literacy and Volunteerism.
Outro detalhe importante: nos Estados Unidos só podem acessar sites de empresas que comercializam bebidas alcoólicas (e comprá-las no mundo real...) maiores de 21 anos. No Brasil, o limite etário é de 18 anos. A diferença é grande.
Em relação ao NYT, a tônica da discussão é: "por favor, mais responsabilidade nos departamentos de marketing das empresas e nas agências em relação à propaganda de bebida alcoólica, principalmente no que diz respeito aos conceitos veiculados que possam atrair os jovens". Segundo a matéria, depois que a Organização Mundial de Saúde (W.H.O) solicitou, dois anos atrás, uma revisão internacional no marketing relativo ao álcool (com o objetivo de preservar os jovens), diversos países, além dos Estados Unidos, passaram a observar com maior rigor a questão - alguns chegando até a fazer modificações na legislação. Nesse sentido, destacaram-se a Tailândia, Austrália, África do Sul, Espanha e Irlanda.
Contudo, ainda no NYT, o presidente do Conselho de Álcool Destilado dos Estados Unidos (Distilled Spirits Council of the US), Peter H. Cressy, rebate as acusações de falta de limites na publicidade, que usaria e abusaria de mensagens relacionadas a sexo, beleza, popularidade, independência, aventura, rebelião — enfim, tudo o que um adolescente gostaria de fazer ou estaria fazendo - dizendo que a propaganda quer afetar o que o consumidor escolhe beber, mas não é ela que define se ele bebe, não bebe, ou se um dia virá a beber". Cressy afirma que "infinitamente" mais importantes são as influências dos pais, dos amigos e o comportamento da comunidade adolescente em geral. Os críticos à indústria do álcool concordam que pais e "iguais" são fatores importantes no equilíbrio do adolescente, mas dizem que, de qualquer forma, a publicidade está bem longe de ser inocente.
Última observação: Para nós, é até engraçado assistir ao comercial Catfight, onde duas mulheres lutam na água e no cimento, e imaginar que ele possa ter sido considerado tão "provocante" e tenha causado tanta polêmica nos EUA.

Deu no The New York Times

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