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Do Aaron

Ao Murilo...

11.05.07

Diretor de arte, redator, diretor de criação, repórter, editor, redator chefe, designer, programador visual. Murilo era tudo isso ao mesmo tempo.


Escrevia, ilustrava, fazia layouts, criava comerciais, planejava, brifava, mas o mais importante é que Murilo pensava e ensinava a pensar.


Hoje vemos a propaganda e o jornalismo tentando ficar mais parecidos. Com a publicidade virando conteúdo e o conteúdo virando propaganda.


Murilo fazia isso com uma facilidade incrível.


Foi mestre, professor e guru de dezenas de criativos e jornalistas.


Foi um descobridor e um turbinador de talentos. A partir dele surgiram redatores, diretores de arte, diretores de comerciais, cineastas, ilustradores, artistas plásticos, fotógrafos e mais uma série de pessoas, que vou descobrindo a cada dia, que trabalhou com o Murilo.


Sem ele a propaganda fica menos inteligente, o jornalismo menos divertido.


Murilo não tinha a ambição dos publicitários e nem a vaidade dos jornalistas.


Conversava com o Ziraldo ou Washington Olivetto com a mesma simplicidade que tomava um café na copinha do 7º andar com um estagiário da DPZ.


Murilo tinha uma capacidade incrível de criar um rede invisível de amigos. Era como se o fato de tê-lo como amigo em comum nos transformasse numa grande comunidade.


Falava tanto de uns para os outros que, apesar de mal nos conhecermos, parecia que todos sabiam profundamente quem era quem.


Pessoalmente vou sentir a falta de um norte. De uma bússola. De alguém que entendia a comunicação como algo mais amplo.


Que fazia redatores aprenderem a pensar visualmente e ensinava diretores de arte a criar escrevendo.


Mas principalmente vou sentir falta de alguém que tinha a grande capacidade de fazer com que a profissão e o trabalho pudessem ser mais divertidos.


Aaron Sutton / MPM


Comentários

Vera - O Murilo realmente merece. Tão pintando várias homenagens.


Robson Oliveira - Depois de quase 19 anos na DPZ, 11 dos quais, junto do Murilinho, sinto a mesma gratidão e o nó na garganta que o Aaron e tantos outros que tiveram a oportunidade de conviver com ele. Sei que devo muitas libras para ele. Mas, quem não deve? Obrigado Mu e quanto ao resto de nós, fiquem firmes, cambada. robson@dpz.com.br


jose arnaldo - É isso aí. Pintou um reconhecimento zearnaldo@yahoo.com

Carlos Castelo - Um dia, lá pelos 90, Murilinho me ligou na Ogilvy. Eu era júnior total. Na hora, pensei até que fosse trote porque (eu também era oriundo do Jornalismo e o nome Murilo Felisberto era sinônimo de ícone). Ele tinha visto um anúncio de minha autoria num jornal. Disse: "posso pegar a sua conta?" Nem preciso dizer que, a partir dali, eu efetivamente apareci para o Meio. Também quem teve Murilo, teve escola. Deus te acompanhe, mestre.


 

Do Aaron

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