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Por Rogô de Castro e João Unzer da Y&R Lisboa
As aventuras de dois estagiários malucos na Europa.
Capítulo 1 - Flores de Papel
Essa é a primeira de uma série de histórias que vamos contar aqui na seção Passaporte e que começaram exatamente há um ano. Tudo partiu da ideia de mudarmos a vida que tínhamos no Brasil para ir atrás das referências que só acompanhávamos por revistas e internet.
Eu, Rogô de Castro, e o meu dupla, o diretor de arte João Unzer, em julho do ano passado decidimos deixar tudo (quase nada) que tínhamos construído no nosso país natal e ir para Londres. Foi assim que as aventuras tiveram início.
Quem conhece sabe o quanto Londres é do c..alho, com parques, museus e Starbucks por toda parte. Diariamente, você se sente integrante de algum videoclipe do Oasis. Mas, como tudo o que é bom tem um preço, é também uma cidade caríssima. Sendo assim, aquelas histórias de 'cartão do pai' ou da 'poupança que a minha avó fez' não funcionaram com a gente. Mas como também não queríamos trabalhar como a maioria dos estrangeiros que vivem lá, e duplar em uma agência tendo o visto de estudante estava fora de cogitação, decidimos fazer algo diferente.
Na Inglaterra, é imenso o número de artistas de rua, ou buskers como são chamados por lá. Eles estão no Soho, na Piccadilly Circus, dentro dos metrôs e até na frente do Buckingham Palace. Enxergamos aí uma oportunidade e fazer parte desta classe de trabalhadores passou a ser o nosso objetivo principal.
Eu engano no violão e o João na gaita, mas com uma concorrência que parece ser vinda de algum musical da Broadway, isso não bastava. Precisávamos de um diferencial. Então pegamos os últimos Pounds que nos restavam na carteira e em uma loja de artes compramos tudo o que precisávamos para pintar umas telas malucas. Tudo no estilo custo mínimo, claro!
Depois de alguns ensaios, recortes de jornal e muita tinta, a gente só tinha que decidir o lugar que faríamos o barulho. Não muito longe de casa, na Zona Leste de Londres (onde o cheiro de Curry é tão forte quanto o de poluição, em São Paulo), tinha uma rua chamada Brick Lane, onde aos domingos acontece uma feira que é quase uma mistura de Benedito Calixto e Feira do Rolo, e foi lá o ponto escolhido.
Certo. Agora a gente já tinha o ponto, a música para atrair o target e as telas que eram o diferencial do nosso produto, mas ainda faltava o call to action, algo que fizesse os gringos tirarem as moedas do bolso e colocarem no nosso chapéu. Obrigatoriamente tinha que ser algo diferente, barato e que fizesse a galera se comover e contribuir com os brazucas.
Depois de algumas horas e uns copos de Guinness, a ideia veio num estalo: flores de origami. Oferecer flores de origami a qualquer um que olhasse pra gente. Principalmente se fosse velho, criança ou gatinha. No mesmo dia, saimos pela cidade aceitando todos os jornais gratuitos que os indianos nos ofereciam e, ao final do dia, tínhamos papel suficiente pra encapar o Big Ben.
Bom, no domingo de manhã acordamos bem cedo, chegamos na esquina escolhida e tocamos as 10 músicas do repertório durante três horas consecutivas. Quando os nossos 'vizinhos de ponto' já não estavam mais aguentando ouvir Help! e Redemption Song, achamos melhor parar. O resultado foi o seguinte: chapéuzinho cheio de moedas, a feira inteira com flores de papel na mão e o telefone de uma inglesa gatíiiisima! =)
*Pra ver como foi esse primeiro dia, vale uma conferida no link (http://www.youtube.com/watch?v=B27jFzOVKjE). Reparem no tiozão maluco e na inglesinha com a câmera na mão. :o)
Até o próximo texto!
Rogô de Castro e João Unzer duplam na criação da Y&R Lisboa