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Bate-papo com Igor Kovalyov, diretor de Rugrats
Igor Kovalyov, diretor de Rugrats, cativou o público na edição carioca do Anima Mundi
por Alex Moura*
No dia 21 de julho São Paulo vai poder assistir à palestra do animador russo Igor Kovalyov, no Anima Mundi 2005. Mais conhecido por seu talentoso trabalho em séries de animação e em longas-metragens como Rugrats (Os Anjinhos), ele trabalha nos EUA para o estúdio Klasky Csupo, já há 13 anos. Os donos do estúdio tiveram sensibilidade suficiente para não sufocar seu grande talento. O primeiro sinal desta mentalidade foi aceitar que Kovalyov terminasse na Rússia "Andrei Svislotsky", seu segundo filme de uma trilogia já programada antes dele ir para os EUA. Mesmo trabalhando em posições chave de várias séries de grande porte, como Rugrats, Duckman e Realmonsters, Kovalyov teve carta branca, tempo livre, equipamento, equipe e apoio financeiro do estúdio para seguir sua carreira de autor de filmes artísticos, nos Estados Unidos. Durante sua palestra na sessão Papo Animado, do Anima Mundi, no Rio de Janeiro, pôde exibir seus curtas de animação autorais e extremamente criativos, e responder a perguntas do público.
Nos seus filmes a sonoplastia tem uma importância muito grande, a ponto de em algumas partes parecer que o som é que está sendo animado, ao invés da animação estar sendo sonorizada. Enquanto crio a história não faço storyboard, e escrevo o roteiro com muitos detalhes, inclusive quanto ao som das cenas. Tenho muita influência dos filmes com atores e, quando mais jovem, eu assistia filmes franceses e fechava os olhos apenas para ouvir o que acontecia. Isso, creio, contribuiu muito para a maneira que penso ao escrever um filme, explicou Kovalyov.
A premiada animadora Eliane Gordeeff, atenta ao que ouvia na palestra, comentou com o diretor que sempre há a presença de algum relógio ou algo marcando o tempo, nos seus filmes. O tempo, a passagem do tempo, o próprio timing parece ser um personagem de seus filmes, e Kovalyov agradeceu: Obrigado pelo comentário! Timing é tudo para as artes, seja em música, dança, cinema, o tempo ou a noção de tempo é fundamental para se comunicar com o público.
Muitas vezes seus personagens se movem de forma estranha na tela, de forma rígida ou brusca, mas para Kovalyov isso decorre diretamente do timing e do som nos filmes. Descobri acidentalmente no meu primeiro filme que o movimento dos personagens afetava a relação com a cena, e passei a usar isso nos filmes seguintes.
Sempre simpático e brincalhão, lamentando ainda estar morando e trabalhando nos EUA, Kovalyov é um dos poucos diretores que além de talento têm a sorte de poder usufruir do melhor de dois mundos, produzindo filmes para a grande indústria do cinema e TV, assim como para si mesmo.